O tamanho da produção de setores como o de calçados e eletrodomésticos caiu no ano passado, porém as quedas foram menos acentuadas que em 2015. A variação do volume de sapatos feitos no Brasil foi negativa em 1,8% em 2016, mas, mesmo assim, foi o melhor desempenho desde 2013, quando havia crescido 4,7%. No decorrer dos doze meses, os números melhoraram, diz Heitor Klein, presidente da Abicalçados (do setor).
"Houve recuperação ao longo do ano e tudo indica que esse ritmo deverá continuar em 2017: lento, gradativo e seguro", afirma. A estabilidade da inflação e um estancamento dos índices de desemprego contribuirão para uma volta da capacidade de consumo das famílias, segundo ele. Os indicadores de preços no varejo, no entanto, apontam uma redução de cerca de 2%, na média geral. O setor de eletroeletrônicos teve quedas mais acentuadas -a produção de televisores, por exemplo, caiu 15,8% em 2016 e 36,65% no ano anterior.
"Estamos atentos ao índice de emprego. Se ele se reverter, iremos vender mais", afirma Lourival Kiçula, presidente da Eletros (associação do segmento). A linha branca teve recorde de consumo em 2012, com 18,9 milhões de unidades. Os televisores chegaram ao auge em 2014, com quase 15 milhões de produtos fabricados. Para que os volumes voltem a crescer, diz ele, é preciso haver revisão de alíquotas de IPI, e não isenção temporária como no passado.
Fonte: Folha de São Paulo