Cesta básica de Porto Alegre ficou 1,17% mais barata

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Produto que mais se desvalorizou foi a batata, com redução de 30,69%



Guilherme Daroit Pelo terceiro mês consecutivo, ficou mais barato comprar a cesta básica de alimentos em Porto Alegre. Em janeiro, segundo o Dieese, o conjunto saiu por R$ 453,67 na Capital, queda de 1,17% em relação a dezembro (quando custou R$ 459,02). A redução foi puxada, principalmente, pela retração nos preços de produtos in natura.


A queda, entretanto, não foi suficiente para tirar de Porto Alegre o título de cesta básica mais cara do País, posto que ocupa desde setembro do ano passado. O segundo maior valor também está no Sul do País (Florianópolis, com R$ 441,92) e, na terceira posição, vem o Sudeste, com o Rio de Janeiro (R$ 440,16). Em sentido oposto, aparecem na lista, com os custos mais baixos, Rio Branco (R$ 335,15) e Recife (R$ 346,44).


Entre os 13 itens pesquisados, cinco apresentaram queda em janeiro na Capital. O produto que mais se desvalorizou foi a batata, que ficou 30,69% mais barata no mês. Também ficaram mais baratos o tomate (-12,22%), a farinha (-4,25%), o feijão (-3,31%) e o pão (-0,12%), seguindo o comportamento visto no fim de 2016. "A boa oferta desses produtos tem garantido o abastecimento, mantendo o preço em tendência de baixa", comenta a economista do Dieese, Daniela Baréa Sandi.


Ao mesmo tempo, os outros itens apresentaram altas em seus preços. As maiores altas foram vistas no óleo de soja ( 11,29%), na banana ( 5,77%) e no café ( 3,57%). No caso do óleo, a explicação vem do mercado internacional, que rege o valor da soja e tem elevado o preço do grão nos últimos meses. Já a banana segue movimento de maior prazo, saindo no mês passado, para o consumidor, a um preço 53,87% maior do que em janeiro de 2016.


O motivo para o encarecimento da fruta é uma redução na produção, que, com a oferta em baixa, acaba elevando o preço. Na média, o quilo da banana custou R$ 9,17 em Porto Alegre, um patamar bastante elevado. "Com isso, a contribuição da banana no custo da cesta ficou maior, o que, de alguma forma, acaba pesando na conta", analisa Daniela. Em janeiro, a fruta foi responsável por 14,17% do total do conjunto na Capital, ocupando a segunda posição, que, geralmente, era do tomate ou do pão - o maior peso é o da carne, pouco acima de 36%.


Além da banana, outro produto que apresenta alta elevada na avaliação anual é o feijão. Mesmo em queda, o produto ainda sofre os efeitos do grande encarecimento em 2016, acumulando 64,9% de alta nos últimos 12 meses. Já em relação às quedas, as maiores são vistas nos mesmos produtos que apresentaram as maiores quedas no mês passado. Nos últimos 12 meses, a batata perdeu mais da metade de seu preço (-51,09%), enquanto o tomate teve queda de 40,06%, e a farinha, de 0,88%. No cômputo geral, a cesta básica de Porto Alegre está 4,86% mais cara do que em janeiro de 2016. Com a alta do salário-mínimo nacional, que passou a valer R$ 937,00 em janeiro, o comprometimento do orçamento de um trabalhador que ganha o piso com a cesta básica caiu para 52,63%. Em dezembro, essa participação era de 56,7% e, em janeiro de 2016, de 53,44%.


"O aumento do salário não foi o esperado, mas, aliado à redução no preço dos alimentos em comparação com dezembro, trouxe uma melhoria no poder de compra", comenta a economista. Daniela lembra que a relação afeta principalmente as famílias de menor renda, que comprometem maior parte de seu salário com a alimentação. Para manter uma família de quatro pessoas, suprindo todas as necessidades descritas na Constituição, o salário-mínimo deveria ser de R$ 3.811,29, valor 4,07 vezes maior do que o atual.



Fonte: Jornal do Comércio - Porto Alegre


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