- A indústria de café torrado e moído do Brasil, segundo maior consumidor global da bebida atrás dos EUA, mudou radicalmente a composição dos blends diante da crise de oferta da variedade robusta (conilon) no País e avalia que os cafeicultores contrários à importação do produto estão dando um tiro no pé.
Isso porque, diante da incerteza sobre oferta futura e com o governo voltando atrás na liberação da importação de café in natura - o presidente Michel Temer ordenou ontem a suspensão provisória do aval dado esta semana para a importação de café pelo Brasil -, uma escassez do grão tipo robusta sem precedentes no País poderá levar a indústria a manter por um tempo maior mais grãos da variedade arábica em "blends", disse uma fonte do setor para a agência Reuters.
Segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz, antes da crise de oferta a indústria nacional usava entre 40% e 50% de café robusta nos produtos. Mas desde o final do ano passado, quando os preços dessa variedade atingiram recordes de cerca de R$ 550 a saca, o percentual gira entre 10% e 15%. /Reuters
Fonte: DCI - São Paulo