São Paulo - Os recursos das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) injetaram, em março, R$ 2,65 bilhões no varejo nacional. Os dados foram levantados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Entre os ramos do varejo nacional mais impactados pela liberação dos recursos estão os de: vestuário e calçados (R$ 1,19 bilhão), materiais de construção (R$ 594,4 milhões), móveis e eletrodomésticos (R$ 530,2 milhões) e farmácias, perfumarias e cosméticos (R$ 337 milhões).
O valor movimentado pelos quatro segmentos corresponde a 48% dos R$ 5,5 bilhões que foram sacados em março - de acordo com a Caixa Econômica Federal -; a 6,2% das vendas mensais desses segmentos e a mais da metade (54%) do faturamento auferido pelos setores em um dia.
Apesar de ter contribuído para o aumento no volume de vendas, o economista da entidade, Fabio Bentes, afirma que "não se pode atribuir unicamente ao FGTS a recuperação parcial do comércio vista ao longo de 2017". De acordo com ele, as quedas sucessivas dos preços médios praticados por alguns segmentos do varejo e o recuo no valor das prestações nas operações de crédito voltadas para pessoas físicas também favoreceram o processo.
A disponibilização de recursos de contas inativas do FGTS soma-se a esses fatores, completa o economista, mas não é capaz, por si só, de resolver a crise que aflige o varejo desde 2014. Para que isso ocorra, é necessária uma reação maior do mercado de trabalho.
A CNC conclui que a destinação de menos da metade dos recursos do FGTS corrobora a percepção de que o alto grau de endividamento das famílias no mercado de crédito contribuiu para reduzir o impacto positivo desses recursos no varejo brasileiro.
Fonte: DCI São Paulo