A fiscalização da Receita Federal lançou R$ 73,6 bilhões em autuações no primeiro semestre de 2017, crescimento de 12,6% em relação a igual período de 2016, quando o valor foi de R$ 65,4 bilhões, informou o órgão ontem.
"Foi o segundo melhor primeiro semestre da história da fiscalização da Receita. Os auditores botaram a faca nos dentes e entregaram um resultado bastante significativo", disse o subsecretário de Fiscalização da Receita Federal, Iágaro Jung Martins, ao divulgar o balanço.
A quantidade de auditorias externas aumentou 9,2%, e a de revisão de declarações cresceu 14,9% em relação ao mesmo período em 2016.
De acordo com o fisco, destacaram-se as autuações das contribuições previdenciárias, com um incremento de 54,5%, na mesma comparação.
Além disso, do total fiscalizado, R$ 4 bilhões vieram de autuações relacionadas à Lava Jato. De 2015 a 2017, o total recuperado com a operação chega a R$ 12,8 bilhões.
De acordo com Iágaro Jung Martins, há ainda 177 pessoas físicas e jurídicas relacionadas à Lava Jato sendo investigadas. "A expectativa é de que até o final do ano ampliemos para R$ 15 bilhões os valores desses lançamentos", disse.
E, entre as ações prioritárias para o próximo semestre, destacou-se a fiscalização de pessoas físicas com ativos no exterior, como compra de imóveis.
Em linha com o presidente Michel Temer de buscar agendas positivas durante o recesso e tentar superar a crise política, o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, disse que a pasta termina a formulação de um programa que deve se chamar "Progredir", visando estimular a microeconomia doméstica.
Segundo o ministro, o programa, que será voltado para a inclusão das famílias do Bolsa Família no mercado de trabalho e não tem previsão de fechamento durante o recesso, pode ter até R$ 3 bilhões graças à autorização do uso de 2% de recursos de depósitos compulsórios que bancos fazem no Banco Central (BC).
Repatriação
O subsecretário de Fiscalização da Receita afirmou também ontem que já foram declarados R$ 800 milhões na segunda rodada do programa de regularização de ativos no exterior, mais conhecido como repatriação, cifra tímida perto das estimativas oficiais.
Jung Martins ressaltou, contudo, que a maior parte dos contribuintes formaliza sua participação nos últimos dias de vigência do programa, que termina no próximo dia 31. Foram 836 declarações entregues, até o fechamento desta edição do DCI. /Agências
Fonte: DCI São Paulo