São Paulo - Entre os setores com maior rotatividade de mão de obra, o varejo tenta encontrar fórmulas para reter os funcionários mais talentosos, e não ficar para trás em meio à nova legislação trabalhista. Para isso, apostar em planos de carreira e cursos profissionalizantes são possíveis caminhos.
"Quando nós pensamos em um excelente lugar para trabalhar, a primeira coisa que vem à cabeça é que são empresas que pagam bem e têm benefícios muito bons. A maioria [da mão de obra] enxerga que nessas empresas existe um propósito e um alinhamento dos valores pessoais e da organização", explicou a diretora de marketing da consultoria Great Place to Work, Caroline Maffezzolli.
Conforme a pesquisa "Melhores empresas para trabalhar GPTW Novarejo 2017", divulgado ontem (22), para 48% dos entrevistados, os fatores que mais seguram os funcionários nas varejistas são oportunidades de crescimento na empresa. Além disso, Qualidade de vida (22%) e Alinhamento de Valores (12%) são importantes. Já itens com maior relevância outrora, como Remuneração e Benefícios e Estabilidade, somam 9% e 3%, respectivamente. Realizado com 120 companhias de todos os portes, a GPTW escolheu as 50 melhores para se trabalhar no varejo. Dentre as empresas selecionadas, 19% admitiram que oferecem verba para que os funcionários utilizem programas de desenvolvimento - mesmo que esses não estejam ligados à função no trabalho -, 42% fornecem bolsas para cursos de idiomas, 69% programas de coaching e 37% de mentoring.
Com 22 mil colaboradores e 839 lojas, o Magazine Luiza foi premiado na categoria Companhias Grandes. "Concedemos bolsa de estudos de até 50% para que qualquer funcionário faça o curso que preferir, mesmo que não tenha a ver com a atividade que exerce. Ele só precisa ter um ano de casa", diz a diretora executiva de gestão de pessoas do Magazine Luiza, Patrícia Pugas.
Já a Brasal Combustíveis, que conta hoje com cinco postos, saiu vencedora na categoria Médias e Pequenas. Entre as estratégias da empresa, oferecer aos funcionários o uso de consultório médico e odontológico, além de poder solicitar empréstimo antes das férias, colocaram a rede no topo do ranking. Com 145 funcionários, a Brasal quer faturar R$ 151 milhões este ano.
Reforma trabalhista
Apesar da mudança na legislação trabalhista exigir mais assertividade do varejo na hora de reter talentos, os empresários estão otimistas com as novas normas. "O processo de contratação e demissão passou a ser custoso para as empresas. A flexibilização vai permitir regimes de 'part time', que são absolutamente benéficos para a economia", diz o diretor-executivo de conhecimento do Grupo Padrão, Jacques Meir.
Fonte: DCI São Paulo