São Paulo (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira que investidores avaliam que medidas estão sendo tomadas pelo governo brasileiro e que, por isso, o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela Standard & Poor's não os afugenta do país.
"Os investidores já estavam levando isso em conta, e já estão olhando à frente e vendo que medidas estão sendo tomadas, que a questão fiscal, que é fundamental para essa nota, está sendo enfrentada", disse Meirelles em entrevista à Rádio Metrópole de Salvador.
A S&P cortou o rating do Brasil para BB-, ante BB, devido à demora na aprovação de medidas para reequilibrar as contas públicas e de incertezas devido às eleições deste ano. Ao mesmo tempo, a perspectiva para o rating brasileiro foi elevada para estável, ante negativa.
"O mercado recebeu com tranquilidade, e agora é fazer o dever de casa, continuar trabalhando bem porque com certeza haverá subida de nota e o país voltará ao normal", completou.
Sobre a reforma da Previdência, que a S&P considerou ser muito difícil que seja votada neste ano, Meirelles limitou-se a dizer que o governo continua trabalhando para fazer com que o "resultado seja o melhor possível".
A reforma da Previdência está agendada para ser votada em 19 de fevereiro na Câmara dos Deputados, mas o fato de este ser um ano eleitoral dificulta o processo.
Questionado sobre uma possível pré-candidatura para a eleição presidencial, Meirelles repetiu que no momento está dedicado a conduzir a economia para o crescimento.
"Pretendo tomar uma decisão a esse respeito no final do mês de marco. Hoje eu estou 100 por cento dedicado ao trabalho como ministro da Fazenda, porque se o Brasil estiver indo bem, se empregos estiverem sendo criados, daí posso pensar em outras alternativas", afirmou.
Fonte: Reuters