O Fundo Monetário Internacional apontou que “um grande risco” para o Brasil é uma alteração macroeconômica e política que pode surgir depois das eleições presidenciais neste ano. O fundo estima que o País crescerá 2,3% em 2018.
“Um risco chave, no entanto, é que a agenda da política pode mudar na sequência das eleições presidenciais de outubro, elevando a volatilidade de mercado e a incerteza sobre a perspectiva de médio prazo”, disse o Fundo por meio do documento Perspectiva Econômica Regional para o Hemisfério Ocidental divulgado na última sexta-feira.
O FMI ressaltou que o crescimento projetado para o País virá graças às condições externas favoráveis e à recuperação do consumo privado e também do investimento. “A melhora da atividade levará a moderada deterioração das contas correntes”, aponta a instituição multilateral.
Já no que diz respeito à inflação, o Fundo Monetário Internacional manifestou que espera uma aceleração gradual de 3% na direção do centro da meta em 2019, devido “à política monetária acomodatícia” e também frente ao “aumento de preços de alimentos”.
Contas públicas
Em relação à gestão das contas públicas, o Fundo apontou que a consolidação fiscal no País continuou em 2017, com melhora da arrecadação de impostos e adiamento de despesas discricionárias.
“O atual orçamento implica atuação fiscal expansionista em 2018 e consolidação fiscal começando em 2019, com reduções anuais de gastos do governo de 0,5% do PIB nos próximos 10 anos”, apontou o organismo no relatório.
“A reforma da Previdência Social, que foi adiada devido a desdobramentos políticos, é chave para assegurar tanto a viabilidade do sistema de pensões como a sustentabilidade de finanças públicas.”
Segundo o Fundo, reformar outros desembolsos obrigatórios, “como a lei de salário”, é importante tanto para atender a regra de despesas constitucionais como para assegurar a sustentabilidade fiscal no País.
De acordo com o FMI, o ciclo econômico positivo que o Brasil passa, que deve levar a um crescimento de 2,3% neste ano, “provê escopo para ajuste fiscal inicial e para implementar reformas estruturais para melhorar a alocação de crédito”, abrir a economia, fortalecer a qualidade da infraestrutura e também simplificar o sistema tributário.
Os economistas do relatório Focus, divulgado pelo Banco Central na semana passada, trazia uma projeção de 3,49% para a mediana do IPCA deste ano, próxima do piso da meta (4,5%). Para 2019, a meta é de 4,25%, com margem de de 1,5 ponto.
Fonte: Estadão Conteúdo