Bens não duráveis ganham espaço

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Segundo a pesquisa, os itens básicos de maior consumo na renda dos brasileiros estão voltados para a manutenção do lar, como aluguéis, impostos, luz, água e gás, entre outras taxas, com 27,5% de participação. A seguir vêm alimentos e bebidas (19,8%); transporte e veículos (7,5%), higiene e saúde (7,3%), vestuário e calçados (5,3%), recreação e viagens (3,7%), móveis e eletrodomésticos (4,2%), educação (2,6%) e fumo (0,7%).

 

Manutenção do lar está no topo da lista desde 2004. Com o aumento previsto nas despesas das famílias pelo estudo, uma parcela da população, principalmente da classe C, está migrando para cidades menores, onde estes gastos são reduzidos. Este fenômeno explica também o aumento no consumo nestes municípios", diz Marcos Pazzini, coordenador da pesquisa.

 

Já o economista Antonio Lanzana, da USP, acredita que a crise deverá alterar o perfil de consumo no País, principalmente das classes mais baixas. "Com a fartura de crédito no período pré-crise, a classe C comprou muitos bens duráveis, comprometendo-se em parcelamentos, o que resultava em menos dinheiro para bens não duráveis. Esse quadro tende a ser inverter, mesmo com os incentivos fiscais do governo para alguns setores, como automotivo, construção civil e eletrodomésticos da linha branca. Tal mudança explica também o bom momento do varejo popular", diz.

 

A visão de Lanzana é avalizada pelos números mais recentes do comércio varejista. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgou semana passada os resultados das vendas no primeiro trimestre, com alta de 2,12% sobre igual período de 2008.

 

O estudo também revela como se dá a distribuição das atividades setoriais no País, detalhando a quantidade de empresas dos vários segmentos da economia em cada município brasileiro. No âmbito nacional, do total das empresas ligadas ao comércio, 89% são varejistas e 11% atacadistas.

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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