As vendas varejistas subiram em agosto bem acima do esperado e registraram o melhor resultado para o mês em quatro anos, porém em um desempenho que ainda não indica aceleração do setor devido ao ambiente de atividade econômica lenta e desemprego elevado no país.
Em agosto, as vendas no varejo subiram 1,3 por cento na comparação com o mês anterior e interromperam sequência de três meses de perdas, de acordo com os dados informados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters com especialistas de alta de 0,3 por cento e representou a melhor leitura para o mês de agosto desde 2014 (1,7 por cento), além de ser a melhor taxa do ano.
Na comparação com agosto de 2017, houve aumento de 4,1 por cento, contra expectativa de avanço de 1,5 por cento, no resultado mais forte para agosto desde 2013 (6,2 por cento).
Apesar do resultado elevado, a atividade econômica no Brasil continua encontrando dificuldades em imprimir um ritmo mais forte, em um ambiente de incertezas com as eleições presidenciais que vem mantendo o desemprego alto e contendo o ímpeto de compras.
"O resultado não é reversão de tendência ou virada. O que houve em agosto foi uma recuperação de perdas para o comércio depois de desempenhos afetados pela greve dos caminheiros", explicou a gerente da pesquisa, Isabella Nunes.
"Foi um resultado importante, mas não quer dizer que o comércio vai deslanchar", completou.
O mês teve um perfil disseminado de alta entre as atividades pesquisadas, com sete das oito categorias apresentando avanços. Os destaques ficaram para Tecidos, vestuário e calçados (5,6 por cento), Combustíveis e lubrificantes (3,0 por cento), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,5 por cento) e Móveis e eletrodomésticos (2,0 por cento).
"Vestuários e calçados e artigos domésticos são atividades ligadas ao dia dos pais, e também houve baixa temperatura em agosto, em que normalmente o comércio faz promoções. Isso estimulou as vendas", completou Isabella.
A única atividade a apresentar contração nas vendas foi Livros, jornais, revistas e papelaria, com queda de 2,5 por cento.
As vendas no varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, tiveram expansão de 4,2 por cento sobre julho, com alta de 5,4 por cento em Veículos, motos, partes e peças e de 4,6 por cento em Material de construção.
Fonte: DCI