O mercado de trabalho do Brasil continuou em lenta recuperação no terceiro trimestre com queda na taxa de desemprego em relação aos três meses anteriores, porém ainda marcado pelo desânimo dos trabalhadores e pela informalidade.
A taxa de desemprego caiu a 11,9 por cento no terceiro trimestre, ante 12,4 por cento entre abril e junho, em um período marcado por geração de vagas, ainda que a maioria seja informal, e redução no número de pessoas procurando emprego.
Os dados da Pnad Contínua divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira ficaram em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters.
"Se olhar para geração de vagas e resgate de pessoas desocupadas, há sim uma melhora. Mas por outro lado há muita informalidade. A geração se concentra em informalidade que resolve uma necessidade de curto prazo, mas no médio e longo prazos já sabemos o efeito negativo disso", disse o coordenador do IBGE Cimar Azeredo.
O país encerrou o terceiro trimestre com 12,492 milhões de desempregados, contra 12,966 milhões nos três meses até junho. No mesmo período de 2017, o número era de 12,961 milhões.
Nesses três meses até setembro, o número de trabalhadores que desistiram de procurar uma recolocação chegou a 4,776 milhões, enquanto no segundo trimestre eram 4,833 milhões de desalentados, mostrando que embora o número tenha caído, o desânimo continua sendo uma marca do mercado de trabalho em meio a uma economia que apresenta ritmo fraco.
Já o emprego sem carteira assinada subiu 4,7 por cento na comparação com o segundo trimestre e 5,5 por cento em relação aos três meses até setembro de 2017, para 11,511 milhões de trabalhadores.
Enquanto isso, o número de pessoas com carteira assinada no setor privado aumentou 0,4 por cento no terceiro trimestre sobre os três meses até junho, mas continuou a cair em relação ao ano passado, atingindo 32,972 milhões, um recuo de 1 por cento na comparação anual.
O IBGE ainda informou que o rendimento médio do trabalhador, foi de 2.222 reais no terceiro trimestre, contra 2.229 reais no segundo e 2.208 reais no mesmo período de 2017.
Dados do Ministério do Trabalho mostraram que o Brasil registrou criação líquida de 137.336 vagas formais de emprego em setembro, no desempenho mais forte para o mês desde 2013.
"O grande desafio do próximo governo está na geração de vagas e emprego no país. Ele terá que olhar não para os quase 12,5 milhões de desempregados, mas para 27 milhões de pessoas que estão desempregadas, subocupadas, na força de trabalho potencial e desalentadas por conta da crise econômica", completou Azeredo.
Fonte: Reuters