Volume de cheques sem fundos tem elevação de 16,5% até abril

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A inadimplência nas compras em cheque tanto a vista como a prazo compôs no primeiro quadrimestre do ano um salto de 16,5% em relação ao mesmo período de 2008. A informação é da empresa de análise de crédito Serasa Experian. De janeiro a abril de 2009, foi devolvida no País uma média de 23,3 cheques a cada mil compensados, um total de 9,63 milhões de cheques sem fundos para 413,99 milhões emitidos. No primeiro quadrimestre de 2008, a média foi de 20 devoluções para cada mil compensações.

 

Os economistas da Serasa Experian avaliam que o crescimento da emissão de cheques sem fundos reflete os desdobramentos da crise financeira mundial no País, com o desaquecimento da atividade econômica e a redução no número de empregos formais.

 

O indicador da Serasa também calculou a média de cheques devolvidos nos 26 estados no primeiro quadrimestre do ano. No topo da lista de inadimplentes está o Acre, com média de 94,9 cheques devolvidos para cada mil compensados.

 

Os dois estados com o menor índice de inadimplência foram São Paulo e Rio de Janeiro, com 18,1 e 19,1 cheques sem fundos, respectivamente.

 

A Serasa registrou também alta na variação anual de inadimplência no segmento, na comparação entre abril de 2009 com o mesmo mês do ano passado. A média de devolução de cheques no mês passado foi de 22,2 a cada mil compensações, 6,2% a mais do que a média de 20,9 observada em abril de 2008.

 

Fecomércio

 

O consumo de bens duráveis e as dívidas no cartão de crédito foram os principais causadores de inadimplência dos consumidores do Rio de Janeiro e de São Paulo, segundo revelam pesquisas da Fecomércio do RJ e de SP.

 

No Rio de Janeiro, para uma parcela das famílias, especialmente aquelas com renda abaixo de oito salários mínimos, o aumento do consumo de bens de elevado valor acabou comprometendo o orçamento e fazendo com que a inadimplência em financiamentos atingisse 16,5% em abril.

 

"O avanço da aquisição de bens de elevado valor pressionou a proporção daqueles com alguma prestação atrasada, tendo em vista a piora do mercado de trabalho em consequência da crise. Ao mesmo tempo, a organização do orçamento é um processo que leva tempo, ainda mais quando os mercados de crédito e de consumo contam com consumidores recém-chegados", observou o economista da Fecomércio-RJ, Christian Travassos.

 

Em São Paulo, a inadimplência decorrente de financiamentos ficou em 9%, para financiamento de automóvel, e 3%, para o financiamento imobiliário. Na cidade, o cartão de crédito foi o principal tipo de dívida das famílias, atingindo 60% dos consumidores no quarto mês do ano.

 

Segundo a Fecomércio-SP, os consumidores com rendimento de até três salários mínimos são os que mais têm contas em atraso (28%), seguidos pelos que recebem entre quatro e dez salários (22%). Entre aqueles que recebem rendimentos acima de dez mínimos, o percentual de inadimplentes é de apenas 9%.

 

"Os consumidores que ganham até dez salários mínimos foram os mais beneficiados com as oportunidades de acesso ao crédito e por isso passaram a adquirir maior quantidade de bens duráveis", explica a economista da entidade, Kelly Carvalho.

 

Veículo: DCI


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