O potencial da cadeia produtiva de alimentos no Brasil está atraindo a atenção dos países árabes. A aproximação já proporcionou, inclusive, a abertura do mercado para algumas empresas exportadoras. Para o País, novos parceiros são bem vindos em meio à instabilidade dos Estados Unidos e Europa, uma vez que são os principais destinos dos produtos brasileiros. Preocupados em buscar novas opções de fornecimento, um grupo de importadores do Oriente Médio participa de uma rodada de negócios em São Paulo com indústrias nacionais de frutas, café, vinhos, leite e sucos.
A rodada foi promovida durante a Apas 2009, encontro anual dos supermercadistas, que termina hoje. O evento serviu como base para a segunda etapa do "Sabores do Brasil", realizado em Dubai em fevereiro, que foi elaborado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex-Brasil) e apoiado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. À época, 35 empresas participaram de 720 reuniões com 400 compradores da região. Foram apresentados principalmente produtos de alto valor agregado, até então desconhecidos pelos árabes.
Segundo Márcio Eduardo Bertin, da Daros Br, exportadora de frutas e café, a segunda etapa consolidou novas perspectivas. Conforme disse, os encontros renderam contratos de embarque de 24 toneladas de limão por semana por meio de transporte marítimo. Além disso, 8 toneladas de papaya serão embarcados por semana via transporte aéreo. "No começo tudo deve ser mais devagar. Mesmo assim, tivemos três reuniões positivas". Ele revelou ainda que será enviado mais 1 tonelada de café para uma primeira experiência.
Rubens Hannun, vice-presidente de marketing da Câmara Árabe de Comércio, revela que a aproximação dos árabes está crescendo e foi motivada por dificuldades. "O excesso de demanda mundial aumentou a competição e deixou eles assustados. À época eles tiveram dificuldades em encontrar produtos". Ele destacou a fidelidade e compromisso dos compradores. "Depois de conquistados, são fiéis aos fornecedores".
Veículo: Gazeta Mercantil