Vagas para trabalhadores temporários devem subir 13,86% de setembro e dezembro

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A  contratação de trabalhadores temporários  deve crescer 13,86% entre setembro e dezembro de 2019 em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo previsão da Associação Brasileira do Trabalho Temporário(Assserttem). A entidade calcula que neste período poderão ser disponibilizadas mais de 570 mil vagas, nos setores da indústria, comércio e serviços, em decorrência do aumento das vendas para Dia da Criança, Natal e Ano Novo, em todo país.  Somente no Rio de Janeiro, deverão ser criados 34.688 postos de trabalho temporário.

 

De acordo com o levantamento, em comparação com 2018, o mês de outubro, em razão do Dia da Criança, terá um crescimento de 19,84%, e dezembro, devido às festas de fim de ano, um acréscimo de 21,82%, despontando como os meses com maior volume de vagas.

 

Para Alexandre Leite Lopes, diretor administrativo e financeiro da Asserttem, o trabalho temporário é uma oportunidade de reinserção de trabalhadores no mercado de trabalho. Para ele, é uma chance de o trabalhador adquirir mais conhecimento e ter novas experiências, o que potencializa a sua recolocação em uma eventual vaga permanente:

 

— A indústria começa a contratar um pouco antes para disponibilizar bens que serão vendidos no varejo. Eles começam em setembro. A maior parte das vagas será aberta em novembro e dezembro com varejo — observa Lopes.

 

Bruno Ottoni, pesquisador do IBRE/FGV e IDados, observa que o varejo está mais otimista neste fim de ano com a liberação de recursos possibilitada pelo saque extraordinário da contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Somente neste ano serão injetados R$ 28 bilhões na economia.

 

— As pessoas terão acesso a um recurso que não tem um volume muito alto e que podem usá-lo para o consumo. Segundo dados do governo, os meses com maior volume de liberações serão justamente setembro e outubro — ressalta Ottoni.

 

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) projeta impulso adicional de 0,3% no consumo das famílias.

 

Mesmos direitos trabalhistas

 

Moradora de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, Thays Santana, de 31 anos, aproveitou uma dessas oportunidades abertas no fim do ano passado para se recolocar no mercado de trabalho.

 

— Eu já trabalhava no comércio há sete anos, mas em outubro, fiquei desempregada. Eu e meu marido, que é encarregado em obra, pagamos escola para dois filhos, além do aluguel de casa e outras contas. Então, eu não podia ficar parada. Comecei logo a entregar meu currículo em lojas. Eu sempre busco uma vaga fixa, mas quando fui chamada para a entrevista na Alphabeto, no Bangu Shopping, a gerente disse que havia chance de contratação para quem se destacasse. Confiei nisso e dei o meu melhor — lembra Thays.

 

Ela começou a atuar na loja de roupas infantis em novembro de 2018 e foi temporária por 45 dias. Ao fim do prazo, o bom desempenho levou à efetivação.

 

— Acho que eu me destaquei pois gosto de fidelizar clientes. Anoto telefones, entro em contato, dou atenção — avalia Thays.

 

O trabalhador temporário tem praticamente os mesmos direitos do efetivo, como remuneração equivalente, recebimento de horas extras de acordo com a categoria da empresa onde estiver prestando o trabalho, adicional por trabalho noturno, repouso semanal remunerado, além de férias, 13º, FGTS e INSS proporcionais.

 

— A lei permite, hoje, a contratação por 180 dias, com possibilidade de prorrogação por mais 90. Além da possibilidade de antecipação de abertura das vagas, essa extensão de prazo, os profissionais têm mais tempo para mostrar seu trabalho e isso aumenta muito a chance de serem efetivados — avalia Barbara Alves, gerente da consultoria de Recursos Humanos Luandre.

 

Fonte: O Globo

 


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