Apesar de apresentar ligeira queda em abril, o saldo de crédito para pessoa jurídica se recupera no trimestre, mas é acompanhado de aumento da inadimplência. Em abril, segundo dados do Banco Central, o estoque para empresas teve baixa de 0,5%, a R$ 386,267 bilhões, enquanto em três meses o crescimento foi de 0,4%, ante uma queda de 0,7% apresentada nos três primeiros meses do ano. A inadimplência do segmento chegou a 2,9%, alta de 0,3 ponto percentual em relação a março. Em três meses, a alta foi de 0,9 ponto percentual. Apesar da alta do índice, os juros para empresas tiveram queda de 0,1 ponto percentual, a 28,8%.
O estoque de crédito total do Sistema Financeiro Nacional cresceu 0,4% em abril, em relação a março, de acordo com os dados do BC, a um total de R$ 1,248 trilhão, e com uma representatividade de 42,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
O desempenho para pessoas físicas foi melhor, com alta de 1,8% do estoque total de crédito no mês, a um saldo de R$ 286,679 bilhões. Em três meses, a alta chegou a 4,4%. A inadimplência de indivíduos caiu 0,2 ponto percentual no mês, a 8,2%. A taxa de juros caiu 1,3 ponto, para 48,8%.
Segundo o professor da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite, o País está voltando a ter uma crescente expansão do crédito. "Ainda é lenta, porém constante. Reflexo da queda na Selic, que está chegando à ponta." Ainda de acordo com ele, o País está começando a entrar em uma fase de juros mais baixos e, se continuar assim por um período mais longo, a tendência é uma queda significativa dos spreads. "Os bancos terão de mudar sua estrutura e focar mais no crédito. Com maior escala, o custo cai."
Consumidores
O chefe do Departamento Econômico do BC (Depec), Altamir Lopes, disse que o crédito consignado para trabalhadores do setor público e as operações de empréstimos habitacionais lideraram o crescimento em abril. No primeiro caso, o crescimento foi de 3,8%, uma expansão de quase R$ 3 bilhões. No segmento habitacional, o crescimento foi de 2,6%, ou R$ 1,8 bilhão. Em 12 meses, o crédito habitacional acumula expansão de 40%. Segundo o BC, com o aumento das operações para crédito habitacional, a carteira dessas operações atingiu R$ 65,804 bilhões no mês passado, cifra que inclui as operações com recursos livres e direcionados realizadas por pessoas físicas nos bancos e cooperativas habitacionais. Ainda de acordo com os dados do BC, a média diária na concessão de financiamentos imobiliários somou R$ 9 milhões em abril, o mesmo nível observado em março. Segundo o chefe do Depec, o crescimento do crédito consignado revela uma melhora da confiança dos consumidores, expressa em maior disposição das famílias de tomar empréstimos. Lopes afirmou que a tendência do crédito é de continuar a trajetória de recuperação. Segundo ele, esse movimento deve continuar mais forte na pessoa física, que já experimenta um retorno das linhas de crédito, com queda da inadimplência. "A inadimplência pessoa física tende a cair com a maior facilidade para rolagem do crédito", disse Lopes, para quem o maior consumo, viabilizado pelo crédito, deve ajudar a recuperação da economia.
Do ponto de vista dele, o crédito para empresas deve crescer em um ritmo mais lento, uma vez que a inadimplência em alta tem feito as instituições serem mais conservadoras na concessão de empréstimos para pessoa jurídica. Lopes também atribuiu o movimento de queda no estoque de crédito para empresas à valorização do real, que diminuiu as operações de crédito atreladas ao dólar, como os Adiantamentos de Contrato de Câmbio (ACC).
O cenário continua difícil para as empresas, no que diz respeito ao mercado de crédito. De acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central, a inadimplência das operações de crédito para pessoa jurídica disparou em abril, e chegou a 2,9% da carteira total. Em dezembro do ano passado, este índice estava em 1,8%. O saldo de crédito para empresas apresentou queda de 0,5% em abril, para R$ 386,267 bilhões.
O estoque de crédito total do Sistema Financeiro Nacional cresceu 0,4% em abril, em relação a março, de acordo com os dados do BC, a um total de R$ 1,248 trilhão, e com uma representatividade de 42,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
O desempenho para pessoas físicas foi melhor, com alta de 1,8% do estoque total de crédito no mês, a um saldo de R$ 286,679 bilhões. Em três meses, a alta chegou a 4,4%. A inadimplência de indivíduos caiu 0,2 ponto percentual no mês, a 8,2%. A taxa de juros caiu 1,3 ponto, para 48,8%.
Este momento mais favorável para o crédito ao consumo faz com que os bancos voltem a alargar taxas e cortar juros em suas linhas de crédito. Um dia depois de anunciar prazo maior de financiamento imobiliário e queda das taxas, o Bradesco faz o mesmo com o financiamento de automóveis zero-quilômetro, passando o prazo máximo de 60 para 80 meses. A instituição também reduziu a taxa de juros dos financiamentos: a taxa mínima caiu de 1,52% ao mês para 1,20% ao mês.
O grupo espanhol Santander Brasil volta a oferecer crédito consignado com o prazo máximo de 72 meses. Além disso, desde o fim da semana passada, a instituição opera financiamentos de automóveis zero em até 72 meses.
Para o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, o momento favorável permite que outros cortes de juros aconteçam.
Veículo: DCI