Projeção considera aumento das vendas de produtos industrializados no segundo semestre, ante o primeiro
As exportações brasileiras de produtos industrializados devem crescer 12,2% no segundo semestre deste ano em relação ao primeiro semestre. A projeção é de uma pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com 78 empresas que respondem por 25% da pauta de exportação de industrializados do País.
A pesquisa aponta para exportações de US$ 43,9 bilhões em produtos industrializados no segundo semestre, ante US$ 39,141 bilhões no período anterior, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Somados os dois valores, a previsão para o ano é de US$ 83 bilhões, ou 30,7% a menos do que foi vendido ao exterior em 2008 (US$ 119,8 bilhões).
As previsões das empresas, no entanto, indicam uma tendência de virada a partir do fim do ano. Se as estimativas das indústrias se confirmarem, nos 12 meses terminados em fevereiro de 2010 o ritmo de queda das exportações vai desacelerar para 26,6% na comparação com os 12 meses imediatamente anteriores.
Para o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, a retomada das vendas externas é puxada pelo crescimento na demanda de mercados como Ásia e Oriente Médio, que não foram muito afetados pela crise financeira global, e a América Latina.
As estatísticas do Ministério do Desenvolvimento mostram que, de janeiro a julho deste ano, a venda de industrializados brasileiros para a Ásia e Oriente Médio teve queda de apenas 3,9% em relação a igual período de 2008, enquanto o total exportado pela indústria despencou 31,3% nessa mesma comparação.
Já para os Estados Unidos, as vendas externas caíram 45,5% e para a União Europeia, 32,6%. Para os países que integram a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), a queda foi de 38,6%. Esses três mercados são o destino de quase 75% das vendas exportações brasileiras de manufaturados.
"A América Latina começa a se comportar melhor e os Estados Unidos ainda vão vir na esteira, embora a situação presente lá já é melhor do que a passada", diz Francini. "Portanto, essa tendência de melhora vem da tendência de melhora de nossos mercados-destino."
O diretor da Fiesp observa que as exportações ganham força apesar de o real ter se valorizado 34,4% em relação ao dólar, desde o início do ano. "Fica sempre a indagação: se a taxa de câmbio não estivesse tão agressiva, deveríamos estar vivendo uma recuperação melhor? Eu diria certamente sim, porém não sabemos o quanto."
Veículo: O Estado de S.Paulo