Inflação oficial acelera, mas governo rebate projeções

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A inflação de setembro medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou de alta de 0,15% em agosto para alta de 0,24% em setembro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A aceleração tem como maior influência a alta nos preços do gás de botijão (3,40%) e o serviços dos empregados domésticos (1,15%).

 

Com o resultado, o IPCA acumula alta de 3,21% no ano e de 4,34% no período de 12 meses encerrado no mês passado, o que posiciona o Brasil dentro da meta de inflação, determinada pelo Conselho Monetário Nacional.
De acordo com o dados divulgados, houve crescimento nos grupos Habitação (de 0,47% em agosto para 0,62% em setembro) e Despesas Pessoais (de 0,27% para 0,52%).
No grupo de Transportes (que passou de -0,11%, em agosto para 0,27% em setembro).

 


No grupo Comunicação (de -0,02% em agosto para 0,22% em setembro), o impacto de alta foi dado pela conta de telefone fixo, que ficou 0,32% mais cara, refletindo reajuste concedido pela Anatel às operadoras.

 


De agosto para setembro, segundo o IBGE, também se destacaram os aumentos nas variações dos artigos de Vestuário, passando de 0,13% para 0,58% "em função da nova coleção", e do grupo Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,21% para 0,30%).
Já o grupo Alimentação e Bebidas acentuou o ritmo de queda, passando de -0,01% em agosto para -0,14% em setembro.

 

A coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, adiantou que "praticamente não há pressões conhecidas" para o IPCA de outubro. Segundo ela, o único impacto de alta já visível é o complemento do reajuste do telefone fixo, que ocorreu no dia 16 de setembro e ainda deverá ter efeitos sobre a taxa de outubro.

 

De acordo com Eulina, o índice de outubro também poderá refletir algum impacto em decorrência da ausência da redução do IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados - sobre os automóveis, já que este é o primeiro mês do fim gradual do benefício.

 

Ela observou que os automóveis novos, que vinham registrando variações negativas de preços desde janeiro, reverteram o sinal em agosto (0,25%) e acentuaram a alta em setembro (0,67%).

 

Construção

 

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) registrou variação de 0,20% em setembro, resultado igual ao verificado em agosto, segundo o IBGE. Comparado com o resultado de setembro de 2008, que havia ficado em 1,30%, houve retração de 1,10 p.p. No ano, o índice nacional acumulou alta de 4,58% e em 12 meses, de 7,09%.

 

O custo nacional da construção por metro quadrado que, em agosto, havia ficado em R$ 706,36 passou para R$ 707,78 (setembro). Deste total, R$ 408,23 são relativos aos materiais e R$ 299,55 à mão-de-obra.

 

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez duras críticas aos analistas que projetam crescimento da inflação em 2010, por conta dos estímulos concedidos pelo governo para enfrentar a crise econômica que atingiu o Brasil no final do ano passado e se estendeu durante 2009.
"A meu ver, não tem nenhuma base de sustentação técnica. Acho que nós estamos perfeitamente dentro das projeções de que deveremos ter a inflação dentro da meta do ano que vem", disse o ministro.

 

O ministro lembrou que o governo tem diminuído gradativamente alguns estímulos. Isso, segundo ele, ajudará a recuperar a arrecadação de impostos e melhorará as contas públicas.

 

IPC-S

 

A inflação mensurada pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) acelerou para 0,25% na prévia de outubro, resultado superior ao apurado no IPC-S imediatamente anterior, que subiu 0,18%, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).

 

O coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, disse que as altas dos grupos Vestuário e Habitação foram as maiores responsáveis pela aceleração na taxa do indicador. Ele ressaltou, porém, que a queda mostrada pelo grupo Alimentação impediu que a elevação do índice geral fosse mais forte.

 

Das sete classes de despesa, quatro apresentaram aceleração de preços ou fim de deflação no período. Os grupos que mais cresceram foram: Habitação (de 0,41% para 0,54%), Vestuário (de 0,42% para 0,83%), Educação, Leitura e Recreação (de -0,02% para 0,06%) e Transportes (de 0,24% para 0,33%).

 

As três classes de despesa que apresentaram desaceleração de preços ou deflação mais forte no período. É o caso de Alimentação (-0,11% para -0,15%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,06% para 0,05%) e Despesas Diversas.

 

Veículo: DCI


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