Inadimplência em lojas avançou menos que no setor financeiro

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Os bancos têm um bom motivo para despejar mais recursos nas lojas. Com o desemprego sob controle, os consumidores puderam continuar pagando as varejistas em dia. Segundo levantamento da Serasa Experian, a inadimplência nas carteiras das varejistas de bens duráveis ou semiduráveis, financeiras e cartões de crédito manteve-se relativamente saudável e não foi tão afetada neste ano.
"Com a crise, os problemas de inadimplência ficaram bem mais concentrados nos bancos e na concessão de empréstimos para as empresas. O crédito para o consumo pôde ser preservado pelas medidas anticrise adotadas pelo governo", afirma Luiz Rabi, gerente de indicadores da Serasa Experian. O desemprego, acrescenta, é o principal fator de risco no crédito para o consumo.

 

O indicador da Serasa Experian de inadimplência dos consumidores com lojistas, financeiras e cartões de crédito (Pefin) foi apenas 3,4% maior em agosto deste ano se comparado a igual período de 2008.
Os bancos, segundo a Serasa, foram muito mais castigados: o indicador de dívidas em atraso no sistema bancário (Refin) cresceu 12% em agosto em relação ao mesmo mês do ano passado.

 

Segundo o superintendente do Magazine Luiza, Marcelo Silva, o mercado varejista já havia tomado um susto em meados de 2008 com a safra de crédito concedida em 2007, de pior qualidade. "Por um tempo, havia o receio de que a os financiamentos (de 2007) pudessem ser o nosso subprime", afirma Silva, numa referência à crise das hipotecas americanas.

 

O Magazine Luiza é sócio do Itaú Unibanco na LuizaCred, que responde pelos financiamentos da companhia.

 

Diante do aumento da inadimplência, as financeiras e varejistas passaram a ser mais conservadoras na liberação de crédito já a partir do segundo semestre de 2008. Com isso, a qualidade da carteira encontra-se hoje até mesmo em um patamar melhor que no ano passado.

 

A série histórica de indicadores de inadimplência dos consumidores da Serasa mostra que o mercado varejista, de fato, tomou medidas para reduzir o risco de crédito ainda mesmo antes da crise. Tanto assim que o indicador de inadimplência (Pefin) em abril e maio deste ano foi aproximadamente 5% inferior ao registrado no mesmo bimestre de 2008, enquanto o indicador geral de inadimplência cresceu em torno de 8%.

 

 

Veículo: Valor Econômico


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