Após ter parado de cair em agosto, o nível de emprego da indústria de transformação paulista entrou em trajetória de alta em setembro, quando foram gerados 14 mil postos de trabalho, o que deve consolidar um quarto trimestre de contratações, segundo avaliação da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O nível de emprego no setor, descontados os efeitos sazonais, aumentou 0,20% em setembro perante o mês de agosto, mês em que o indicador havia ficado estável. É a primeira vez desde agosto do ano passado que o indicador fica positivo. Além disso, é a maior variação de alta desde junho de 2008.
"Neste mês comemoramos não só um número que é positivo, mas que também é forte e de boa constituição", diz Paulo Francini, diretor da entidade. Prova disso é que dos 22 setores analisados, 19 contrataram e apenas 1 demitiu, fato que não ocorria havia dois anos.
Na avaliação do dirigente, como o emprego é um dos últimos quesitos a reagir à piora ou à melhora da economia, a retomada das contratações pode indicar o fim da crise para a indústria, ainda que alguns segmentos exportadores continuem enfrentando problemas com o dólar baixo. "No conjunto das empresas, sim, a crise a está superada", afirmou Francini.
Além disso, para os três meses finais de 2009 a expectativa é de continuidade na geração de empregos, pelo menos em termos ajustados, pois novembro e dezembro são meses em que tradicionalmente o setor produtivo reduz a força de trabalho excedente.
Mesmo com a recuperação na reta final do ano, 2009 deve fechar com cerca de 100 mil empregos a menos. Feitas as contas, Francini destaca que a queda registrada no início deste ano não será compensada com os ganhos de setembro a dezembro. Ainda assim, a Fiesp melhorou a previsão de queda de 7% no nível de emprego no setor e estima agora baixa de 5% em 2009.
No acumulado dos primeiros nove meses, o nível de emprego aponta queda de 1,89%, com 43 mil vagas a menos. Em 2008, a redução foi de 0,27% ante 2007, com 7 mil vagas fechadas. O saldo de setembro, comparado a igual mês de 2008, mostra um tombo de 8,19%, com 198 mil postos a menos.
Veículo: Valor Econômico