Uma peixaria instalada no Mercado Municipal de Curitiba testou durante seis meses uma lavadora que usa micropartículas de ozônio e elimina odores. Com a máquina, a Fresnomaq, fabricante da marca de origem alemã Wap na América Latina, inicia a expansão de suas atividades e pretende apresentar novas linhas de produtos voltados à saúde e ao bem-estar da família. Mas a principal aposta da empresa para recuperar o espaço que perdeu no Brasil após diversas alterações societárias continua sendo a lavadora de alta pressão. Com ela a marca Wap voltou nos últimos dois anos aos principais varejistas do país e, agora, a busca é pela liderança de mercado. Para isso, os atuais donos contam com a memória do consumidor.
A Wap chegou ao Brasil em meados dos anos 70 e virou sinônimo de categoria por duas décadas, antes de enfrentar movimentos de fusões e aquisições aqui e lá fora. Em 1989, teve 49% das ações compradas pela Refripar, companhia brasileira adquirida em 1996 pela sueca Electrolux. Nesse meio tempo, houve mudança de propriedade também na Alemanha e ela passou a fazer parte do grupo dinamarquês Alto. Em 2005, um grupo de sócios brasileiros chegou a investir em uma unidade em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, para fazer a marca voltar a dar lucro, mas o projeto não foi adiante. Em 2006, novamente ela mudou de mãos no país. Passou a fazer parte do grupo Montana, fabricante de pulverizadores agrícolas que criou a Fresnomaq para abrigar o segmento de eletroportáteis. Hoje a sede fica em São José dos Pinhais, município vizinho à capital paranaense.
A diretora comercial e de marketing da Fresnomaq, Édla Pavan, calcula que o mercado de lavadoras de alta pressão deve chegar a 800 mil unidades em 2009 - foram 613 mil no ano passado. A liderança, segundo a executiva, é ocupada pela alemã Kärcher, que tem fábrica no interior de São Paulo. Outras concorrentes são Lavor, Nortech, a Jacto e a Electrolux.
"Tivemos um crescimento significativo em 2009", diz Édla. O faturamento deve chegar a R$ 60 milhões no ano, ante R$ 36,5 milhões obtidos no exercício anterior. Motivo: em 2008 a Wap passou a ser vendida nas Casas Bahia e este ano entrou na Ricardo Eletro, na Magazine Luiza, no Walmart e em sites como Submarino e Americanas.com. Ela já estava no Carrefour, Makro, Ponto Frio e G. Barbosa.
"Consolidamos o trabalho no grande varejo, entramos no médio varejo e queremos crescer também em lojas especializadas", explica a diretora, que tem expectativa de vender 220 mil máquinas de alta pressão em 2009 - a empresa também faz aspiradores de pó. Édla conta que o trabalho está surtindo efeito e a marca voltou a dar lucro em 2008, depois de oito anos no vermelho. Para este ano também é esperado resultado positivo. "Voltamos a brigar pelo mercado", afirma a executiva.
Veículo: Valor Econômico