Com registro da ONU, Sadia mira o mercado de carbono

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A Sadia informou ontem que se tornou a primeira empresa de setor agrícola no mundo a obter o registro da Organização das Nações Unidas (ONU) na modalidade Programa de Atividades (PoA) voltado à captação de gases de efeito estufa. Com o registro, a empresa poderá negociar no mercado internacional créditos de carbono equivalentes gerados dentro de seu Programa Suinocultura Sustentável Sadia criado em 2005.

 

Hoje, 1.086 produtores integrados da Sadia fazem parte do programa, um terço do total de suinocultores que fornecem à empresa, mas a expectativa é atingir 90% dos produtores agora que a companhia já tem a aprovação para negociar seus créditos de carbono no mercado internacional conforme as regras do Protocolo de Kyoto.

 

Dentro do programa, conhecido como 3S, foram instalados biodigestores nas granjas do produtores em cidades do Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais e Santa Catarina. Funciona assim: as granjas destinam os dejetos animais a lagoas cobertas onde o metano é canalizado e queimado, transformando-se em CO2. O "sequestro" dos gases causadores do efeito estufa é revertido em créditos de carbono. A expectativa da Sadia é gerar a cada ano 600 mil toneladas de CO2 equivalente.

 

Em 2006, a Sadia vendeu 400 mil toneladas de CO2 equivalente no mercado futuro do European Carbon Fund (ECF). Agora, que tem o registro da ONU poderá "desovar" esse estoque. Pelo contrato, o montante a ser pago pelo ECF por tonelada equivalerá a 75% do valor de mercado na época da conclusão da comercialização.

 

Segundo o presidente-executivo e do conselho de administração da Sadia, Júlio Cardoso, outros produtores e empresas poderão ser beneficiados pelo registro obtido pela Sadia, pois poderão utilizar a mesma tecnologia. Como a Perdigão, que acaba de incorporar a Sadia, também tem um programa de sustentabilidade para suínos, a intenção é unificá-los, segundo ele.

 

Para implementar o programa de captação de gases a partir de dejetos de suínos, a Sadia obteve financiamento de R$ 90 milhões do BNDES, recurso utilizado na instalação dos biodigestores nas propriedades. O programa prevê que os produtores envolvidos receberão o valor obtido com a venda dos créditos, e parte do dinheiro decorrente das vendas irá para a Sadia para pagar o valor financiado.
 


Veículo: Valor Econômico


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