Sadia vai vender crédito de carbono

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Empresa é a primeira do setor agrícola a conseguir registro da ONU

 

A Sadia anunciou ontem que obteve na Organização das Nações Unidas (ONU) registro para um programa voltado à captação de gases do efeito estufa. É a primeira vez que a ONU concede esse tipo de certificação a uma empresa do setor agrícola no mundo. A partir de agora, a Sadia poderá armazenar, registrar e comercializar os créditos de carbono gerados pelo Programa Suinocultura Sustentável Sadia (Programa 3S), adotado nas granjas de 38% dos suinocultores da companhia.

 

O Programa 3S foi implementado pela Sadia em 2005, mas, como ainda não possuía registro na ONU, não tinha caráter comercial. "Era um trabalho de sustentabilidade", disse o presidente da empresa, Julio Cardoso. A partir de agora, a empresa está autorizada a fazer o registro dos créditos de carbono acumulados e, ao final de um período determinado pela empresa, promover a verificação dos créditos, por meio de um processo de auditoria, para, então, poder vendê-los a interessados em se adequar ao Protocolo de Kyoto.

 

A suinocultura é responsável pela liberação de metano. A diminuição da emissão de poluentes ocorre por meio da instalação de biodigestores nas granjas, possibilitando que os dejetos dos suínos sejam fermentados por bactérias em tanques cobertos. Esses gases causadores do efeito estufa, que deixam de ser emitidos, é que podem ser comercializados.

 

A expectativa da Sadia é gerar a cada ano 600 mil toneladas de CO2 equivalente. Além disso, segundo Cardoso, os biodigestores são capazes de produzir biofertilizantes e, no futuro, podem ter capacidade de gerar energia elétrica.

 

O executivo observou que essa tecnologia não é patenteada pela Sadia e, portanto, o registro do Programa 3S na ONU pode significar a abertura de uma porta para todo o mercado.

 

Hoje, o programa da Sadia conta com biodigestores instalados em 1.086 propriedades de suinocultores integrados da empresa. Outros 2,5 mil integrados da Sadia deverão aderir ao programa, estima a empresa, pois o registro na ONU permitirá um retorno financeiro.

 

A Sadia investiu cerca de R$ 90 milhões no Programa 3S, ao ajudar no financiamento dos suinocultores interessados em instalar os biodigestores. Os recursos, segundo o gerente de projetos da empresa, Júlio Cavasin, são provenientes do BNDES.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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