Nycomed planeja aporte no Brasil de US$ 300 milhões

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Farmacêutica: Investimento nos próximos cinco anos deverá ser em aquisições de marcas e licenciamento

 

A companhia dinamarquesa Nycomed pretende investir cerca de US$ 300 milhões para promover a expansão de seus negócios no Brasil. O presidente do grupo farmacêutico no país, Luiz Eduardo Violland, afirmou ao Valor que o crescimento da empresa será por meio de aquisições e licenciamento de medicamentos de marca, sobretudo.

 

"A empresa elegeu o Brasil para fazer seus investimentos. Também vamos crescer organicamente com nosso atual portfólio e por meio de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos", afirmou Violland. Os aportes deverão ser feitos nos próximos cinco anos, a partir de 2010.

 

A última aquisição relevante de marca do grupo no país foi em 2003, com a compra da Neosaldina, que pertencia ao laboratório Abbott, por cerca de US$ 33 milhões. "Triplicamos as vendas do Neolsaldina nos últimos cinco anos", disse o executivo. Esse medicamento é exportado para a Colômbia e Argentina.

 

A escolha do Brasil como nova plataforma de expansão da farmacêutica reflete o potencial do mercado nacional com o aumento de renda da população e o maior acesso aos medicamentos. Violland se respalda também nos dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), que projeta um crescimento desse setor no Brasil de 9% até 2013. "Pretendemos fazer um investimento no país 10 vezes maior que a nossa última aquisição [de US$ 33 milhões]", afirmou Violland.

 

O mercado de medicamentos genéricos para o grupo ainda não é prioridade, mas a empresa não descarta totalmente esse segmento. Segundo Violland, a aquisição nessa área só ocorrerá se houver uma boa oportunidade. "A expansão do grupo se dá por meio de alianças e licenciamentos", justificou.

 

O laboratório aguarda aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a liberação do remédio Roflumilast, que deverá ser aprovado nos próximos dois anos, informou Giles Platford, vice-presidente executivo de operações comerciais da empresa no país. O medicamento é indicado para doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

 

Platford não acredita que a resolução nº 44 da Anvisa, que restringe a venda de medicamentos pelo canal OTC (Over the Counter, depois do balcão em inglês) e que entra em vigor a partir do início de 2010, vá afetar o desempenho das vendas do grupo. "Estamos preparados [para atender à resolução]." O canal OTC responde por um dos principais meios de venda do grupo no país. A marca Neosaldina pode ser vendida sem prescrição médica.

 

As vendas de remédios hospitalares também tornaram-se uma boa aposta da companhia. A empresa tem como foco medicamentos para problemas respiratórios e gastrointestinal.

 

O grupo dinamarquês, com sede na Suíça, é um dos maiores do setor fármaco controlados por fundos de private equity. Em 2008, a companhia registrou faturamento líquido de € 3,4 bilhões. A empresa está entre as 30 maiores do mundo e é a 15ª no mercado global OTC.

 

No Brasil, a companhia tem uma fábrica na cidade paulista de Jaguariúna. Ainda não há planos da empresa para ampliar ou mesmo construir nova unidade no país. No mundo, a empresa tem 19 fábricas.

 

Além do Brasil, o grupo também está fazendo suas apostas em outros países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China). A Rússia deverá receber investimentos para a construção de uma nova fábrica.
 


Veículo: Valor Econômico


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