O aumento no consumo de fraldas infantis na América do Sul e geriátricas na América do Norte fez a Companhia Providência desengavetar o plano de construção de uma fábrica nos EUA. Ela produz não tecidos, matéria-prima usada em descartáveis higiênicos e hospitalares, e informou que vai investir até US$ 80 milhões na nova unidade, que terá capacidade para 20 mil toneladas do produto por ano. O projeto chegou a ser anunciado em 2008, mas a crise econômica fez a empresa aguardar a reação do mercado. Com isso, o início da operação foi adiado em um ano. A inauguração é prevista para o primeiro semestre de 2011.
Hoje a Providência tem capacidade instalada de 80 mil toneladas de não tecidos por ano e toda a estrutura será usada no quatro trimestre. "Vamos investir em expansão para não perder mercado", dia o presidente da empresa, Hermínio Freitas. Segundo ele, há outras unidades em construção nos EUA, mas a ampliação no consumo deve absorver o aumento na oferta. Freitas diz que naquele país são consumidas 550 mil toneladas de não tecidos por ano. Na América do Sul, o volume é de 150 mil toneladas anuais.
A companhia havia iniciado negociações para sua instalação na Carolina do Norte e agora planeja dar continuidade ao processo. Além dos US$ 80 milhões, que serão usados em maquinário, terreno e instalações, a empresa vai fazer a opção de compra de outras duas máquinas, que ainda não têm destino definido - o local da instalação vai depender do comportamento do mercado. A Providência exporta 48% de sua produção e para os EUA envia 9 mil toneladas.
Quando a crise começou, Freitas comentou que não previa queda na venda de produtos que usam não tecidos, mas havia a possibilidade de substituição por itens mais baratos. "Esperamos até ter sinal claro de que as vendas estavam crescendo", explicou. Quando o crescimento acontece na fralda geriátrica, melhor ainda para a indústria, porque ela leva de duas a três vezes mais não-tecidos que a infantil.
O anúncio de investimento da Providência foi feito poucos dias depois de a empresa anunciar a distribuição de R$ 10,5 milhões em dividendos, referentes a 50% do lucro líquido obtido no primeiro semestre. O pagamento será feito na segunda-feira.
Veículo: Valor Econômico