O Natal pós-crise financeira promete ser o melhor dos últimos cinco anos, acreditam especialistas do setor e varejistas. Com o dólar bem mais em conta do que no fim de 2008 - em dezembro do ano passado, a moeda americana estava acima de R$ 2,30, contra R$ 1,723 agora - os importados típicos das festas de fim de ano ganharão mais espaço na ceia natalina.
Além dos preços reduzidos, o consumidor está mais confiante em fazer gastos nesse dezembro - bem diferente do que se viu no Natal passado, no auge da crise financeira no Brasil.
- O Brasil terá uma mesa mais farta e mais barata. Em 2008, o dólar estava bem mais caro e o consumidor, alarmado. Com o cenário favorável, as projeções são de alta de 10% nas vendas sobre o Natal passado - disse Sussumu Honda, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), acrescentando que os supermercadistas encomendaram 13,5% a mais de frutas, 9,7% a mais de vinhos e 9% a mais de importados em geral (como azeites, azeitona e queijos).
Este ano, o dólar já acumula queda de 26,2% frente ao real. As importações foram maiores no Grupo Pão de Açúcar, especialmente as de frutas (20%), bacalhau e salmão (10%) e vinho (10%, com oferta maior de rótulos da América Latina). O bacalhau, por exemplo, deve ficar 20% mais barato.
Bacalhau está mais barato do que tender e peru
No Prezunic, com 30 lojas do Rio, as importações subiram 10%. A variedade maior está na seção de vinhos, mas o bacalhau também ganhou mais espaço.
- Azeites, frutas frescas e secas, típicas do Natal, vinhos e bacalhau estão com preços 10% a 15% menores este ano. Por isso, acreditamos que as vendas devem crescer entre 10% e 15% também - disse Genival de Souza Beserra, diretor da rede, para quem a melhoria do mercado de trabalho nos últimos meses, com mais trabalhadores com carteira assinada, também ajudará nas vendas.
Essa percepção é compartilhada pelo economista João Gomes, coordenador do Núcleo Econômico de Pesquisas da Fecomércio-RJ. Para ele, a segurança no emprego fará o consumidor gastar um pouco mais com os importados no Natal. E o dólar mais baixo também ajuda:
- O consumidor está confiante e o empresário também. As vendas do comércio do Rio neste fim de ano devem crescer 10% sobre o fim do ano passado.
Além de gêneros alimentícios, a reportagem também mostra que artigos de informática, como notebooks e netbooks podem ser encontrados até 30% mais baratos do que no ano passado.
Veículo: O Globo - RJ