O Carrefour reforçou o seu time no Brasil ao contratar mais um ex-CEO do setor de varejo. Luiz Fazzio, que presidiu por sete anos a filial brasileira da C&A, é o novo responsável pela divisão de supermercados do Carrefour, que possui 49 lojas de vizinhança no país. O ex-presidente do Ponto Frio Roberto Britto já faz parte dos quadros da multinacional francesa desde 2007 e acaba de assumir o comando da rede de atacado Atacadão, comprada pelo Carrefour há dois anos e que hoje tem 57 lojas.
A contratação de Fazzio, anunciada ontem pela varejista aos funcionários, faz parte de uma reorganização da estrutura do Carrefour, que já está em curso desde 2008. O ex-presidente da C&A assumirá o posto antes ocupado por Laurent Bendavid, que assumiu a presidência do grupo na Bulgária.
A multinacional, por sua vez, transferiu para o Brasil o executivo francês Eric Heiss, que ocupava a diretoria financeira da matriz, em Paris. Heiss responde, desde julho, pelo braço mais importante do Carrefour, a divisão de hipermercados. O grupo possui 114 lojas nesse formato no Brasil.
O Valor apurou que o grupo está implementando um plano para revitalizar o parque de hipermercados no mercado brasileiro. A prioridade da varejista em 2010 será a reforma das lojas e não a abertura de novas unidades. Cerca de 70% do total investido será destinado à remodelação das lojas existentes.
A dança das cadeiras vem alimentado expectativas de que novas mudanças ainda estariam por vir, como a própria saída do presidente do Carrefour no Brasil, Jean-Marc Pueyo. Procurados, os porta-vozes do grupo afirmaram, porém, que Pueyo permanece no comando dos negócios. Atualmente, ele também responde pelos negócios na América Latina. A gestão do Carrefour é feita por um comitê executivo (conhecido na empresa pela sigla Comex), do qual fazem parte, além de Pueyo, outros oito executivos.
Nos últimos dois meses, o Carrefour ocupou o centro das atenções no mercado varejista desde que jornais franceses publicaram que os dois maiores acionistas da companhia, o fundo Colony e o magnata Bernard Arnault, estariam pressionando para que as operações em países emergentes, como Brasil e China, fossem vendidas.
O Carrefour enviou um comunicado à bolsa de Paris em que negou a existência de negociações para vender os negócios nos dois países. O CEO do grupo, Lars Olofsson, até gravou um depoimento aos funcionários em que reforçou o interesse do grupo no Brasil.
Segundo uma fonte, a partir do momento em que o Carrefour enviou à bolsa um comunicado em que afastava a possibilidade de vender os ativos no Brasil e na China, é improvável que a empresa anuncie algum acordo, contrariando suas afirmações, nos próximos quatro ou seis meses pelo menos.
Veículo: Valor Econômico