A atitude agressiva adotada pela Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) no leilão do trecho oeste do Rodoanel Mário Covas, realizado em março, deverá ser deixada de lado na segunda etapa de concessões de rodovias no Estado de São Paulo por conta do novo cenário desenhado pela crise financeira internacional. "Não podemos perder o foco, por isso teremos de ser menos agressivos", disse o presidente da empresa, Renato Vale.
Apontada como uma das favoritas para a disputa das cinco rodovias que o governo de São Paulo colocará em licitação no final de outubro, a CCR foi a vencedora do leilão do Rodoanel, com uma proposta de tarifa de pedágio de R$ 1,1684 e deságio de 61,05% sobre o teto estipulado pelo governo de São Paulo.
Para o novo leilão, a atitude será mais conservadora. Embora esteja analisando os cinco lotes, Vale afirma que a empresa vai disputar apenas uma ou duas rodovias. As preferidas são a Dom Pedro I e a Ayrton Senna/Carvalho Pinto. "Além do problema financeiro tem a questão da gestão", explicou, lembrando da dificuldade de tocar vários projetos novos ao mesmo tempo. Os outros três lotes que vão a leilão incluem a Raposo Tavares e Marechal Rondon. No total, serão licitados 1.715 km.
O executivo acredita que a falta de liquidez do mercado deverá deixar a disputa mais seletiva, em que poucas empresas terão fôlego para bancar os investimentos necessários, previstos em R$ 8 bilhões, somando os cinco lotes que serão licitados. "Se o leilão fosse na próxima semana, teria de ser adiado", afirmou.
Veículo: DCI