Acordo entre patrões e empregados vale também para as datas de 2010
Este será o primeiro ano em que supermercados de Belo Horizonte ficarão proibidos de abrir as portas dias 25 de dezembro e 1º de janeiro de acordo com dissídio coletivo homologado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT). As redes que descumprirem o acordo serão multadas e terão que pagar para o funcionário valor correspondente a uma remuneração mensal. A decisão, que vale apenas para a capital mineira, se estende também para o Natal e réveillon de 2011. Os consumidores, portanto, já podem se acostumar com a ideia de fazer as compras com antecedência.
“É uma decisão inédita, já que os supermercados vinham com liberdade de abrir ou não nas datas festivas. Mas, para uniformizar a condição do setor, já que gera muita disparidade em decisões judiciais, patrões e empregados chegaram a essa conclusão”, afirma Paulo Mansur, coordenador do departamento jurídico da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio Minas).
José Nogueira Soares Nunes, presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis) garante que o prejuízo não será grande nem para consumidores nem para as empresas. “O movimento nos supermercados nesses dias não é muito grande. Estimamos que venha a representar perda de 2% a 3% das vendas de todo o mês”, avalia. Nogueira aconselha os clientes a ficarem atentos aos horários de funcionamento afixados na entrada das lojas. “Vamos colocar placas indicativas e orientar a todos”, garante.
Apesar da anúncio, o dentista Aloísio Rosemburg levou um susto quando soube da notícia. “Acho que prejudica muito o consumidor porque sempre deixamos alguma coisa para a última hora”, afirma. Na avaliação da estudante Gislaine Campos, o risco maior é de precisar de algum produto no dia de Natal e ter que pagar mais caro em outros estabelecimentos. “É péssimo porque se esquecer de alguma coisa, vamos ter que pagar mais por isso. Agora é planejar para não deixar nada de fora”, acrescenta a estudante. A artista plástica Simone Chaves teme pelos congestionamentos nos corredores das lojas. “Todo mundo vai deixar para a última hora e vai ficar tudo lotado”, prevê.
A reivindicação pelo fechamento do setor nas datas comemorativas partiu dos empregados e foi vista de forma positiva pelas redes de supermercado. “Trata-se também de uma questão social para que todos possam comemorar as festividades”, avalia o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de BH (Sincovaga), Airton Salim.
Veículo: O Estado de Minas