Granado se reinventa em busca de mercado

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Marca centenária planeja abertura de lojas no interior de São Paulo

 

A história é centenária, a localização e a vizinhança remetemao Rio antigo e asmáquinas estão tinindo de novas.Mas nem adianta os investidores se empolgarem com o crescimento de mais de 20% ao ano ou o apelo “ecológico” dos produtos da Granado. Sob o comando da jovem economista Sissi Freeman, a empresa quer continuar a ser familiar.

 

Sissi é filha de Christopher Freeman, executivo que em 1994 foi chamado para encontrar um comprador para a botica, se encantou com a história e decidiu assumir o negócio. Em 2004, ela já estava há oito anos nos Estados Unidos quando foi chamada pelo pai para fazer um estágio na empresa. Também se encantou pelo projeto. “É inevitável. Cada vez que contamos nossa história, o telefone não pára. É gente querendo abrir loja, montar um sistema de franquia, nem os nossos arquitetos escapam do assédio de pessoas interessadas em abrir uma loja da Granado.”

 

A resposta, porém, continuará sendo negativa. “No nosso projeto, a produção e a comercialização estão muito integradas. Uma rede de franquias exigiria muitas mudanças no nosso modelo de negócios”, diz.

 

É por isso que o US$ 1 milhão gasto em máquinas para a fábrica do Rio este ano teve como foco aumentar a produtividade e dar flexibilidade para a produção. Só assim, a Granado consegue atender à demanda por 450 mil unidades do Polvilho Antisséptico Granado, que chega do varejo todos os meses, sem descuidar das poucas centenas de protetores labiais que estão sendo testados em suas cinco lojas próprias.

 

Quase como um maestro, o responsável pela fábrica da empresa no centro do Rio desloca os empregados que trabalham em três turnos pelas diversas linhas, conduzindo a produção de forma integrada com a comercialização. No dia em que o Brasil Econômico visitou a unidade, por exemplo, a turma que normalmente trabalha na linha de sabonetes líquidos estava deslocada para outras linhas, como a PET, de produtos para animais, e a marca Pink – nova versão do polvilho, que abriu espaço para o produto tradicionalmente masculino no universo feminino. As 40 mil unidades de polvilho Pink que serão vendidas em dezembro superam em mais de 100% a demanda esperada.

 

“As novas máquinas nos dão flexibilidade.Conseguimos adiantar a produção e deslocar os funcionários para outras linhas com rapidez. Também podemos fazer lotes menores, apenas para teste de novos produtos.”

 

Em 2010, os Freeman querem abrir apenas três novas lojas— todas próprias. O ponto de partida deve ser o interior de São Paulo, mas Sissi está de olho na origem dos pedidos do site de comércio eletrônico lançado no início do ano.

 

“Sempre tivemos muita presença em São Paulo porque é lá que estão as sedes das principais redes de varejo,mas neste fim de ano as duas lojas de São Paulo superaram as do Rio em vendas”, afirma, afastando qualquer possibilidade de bairrismo. Brasília, Curitiba e Porto Alegre também estão nos planos em 2010.

 

Site é o primeiro passo para projeto de internacionalização da empresa

 

A expansão paulatina da rede de lojas não significa que a Granado não esteja se preparando para os próximos passos. O site é a ponta de lança de um projeto de internacionalização e é para Japeri, município na região metropolitana do Rio, ao lado da Rodovia Presidente Dutra, que vai a fábrica quando a logística da unidade no Centro do Rio se tornar inviável.

 

“Essa localização é importante porque foi aqui que surgiu a Granado, mas a logística é muito complicada. Não é qualquer caminhão que trafega no centro da cidade e os horários de carga e descarga são muito restritos. O projeto de Japeri une fábrica e depósito e simplifica tudo”, afirma Sissi.

 

Mesmo assim, a empresa optou por expandir a unidade no centro e reconstruir a loja que existia no local e pegou fogo. A fábrica centenária, mas moderna, localizada ao lado de vários antiquários e onde o fluxo de turistas é constante, começa a se transformar em ponto de visitação. Já a loja triplica o faturamento nos dias de feira de antiguidades na Rua do Lavradio, uma vez por mês. R.B.

 


Veículo: Brasil Econômico


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