Baixa renda em alta na Sony

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Pesquisas e novos produtos para atrair público emergente a partir de 2010 vão consumir R$ 20 milhões

 

Para se ajustar ao cenário complicado deste ano devido à crise econômica internacional, a Sony Brasil realizou diversas ações para reverter os resultados ruins da companhia com sua linha de câmeras digitais. Entre as iniciativas implementadas para aumentar as vendas ao longo de 2009 está a estratégia principal da empresa a partir de 2010: a maior aproximação junto aos consumidores de rendas menores. Para isso, a Sony investirá R$ 20 milhões.

 

A empresa iniciou um projeto de seis meses que inclui pesquisas e estudos para entender o público das classes mais baixas para então desenvolver produtos de acordo com suas exigências. A expectativa é que os itens que surgirão desse plano estejam nomercado em meados do próximo ano. “Esse é o grande foco para os próximos anos pois a Sony não é mais uma marca apenas voltada para a classe A. Para isso temos que conhecer o estilo de vida dessas pessoas e saber que produto elas querem”, afirma Carlos Paschoal, gerente geral da linha Digital Image da Sony Brasil.

 

A subsidiária brasileira é quem está à frente do projeto da multinacional, e os resultados devem ser levados para outros países onde a companhia atua. Tanto que a Sony Brasil aguarda a vinda de uma comitiva de executivos do Japão para acompanhar os trabalhos do projeto. “Este foi um ano de preparação nessa estratégia e a partir de 2010 vamos desenvolver câmeras digitais com a cara do Brasil”, comenta Paschoal.

 

Aprendizado com a crise

 

A estratégia de focar o público emergente a partir de 2010 surgiu em um momento difícil para a Sony Brasil neste ano. Até o mês de março, a companhia vinha de queda de 23% em relação aos resultados do ano passado, 2% a mais que a média do mercado. De abril a novembro, a empresa adotou uma série de iniciativas que incluíram, além da aproximação junto às classes mais baixas, uma melhor distribuição dos itens, parcerias com os varejistas e ações de mídia.

 

“Com crise o consumidor fica mais exigente e isso é bom para o mercado”, diz o gerente da Sony Brasil. Segundo a companhia, os bons resultados possibilitaram um salto de participação de 30% em marçopara 38% em outubro. “Hoje temos mais que o dobro da segunda colocada”, diz Paschoal, ao citar o crescimento de 65% que a marca obteve no mês de outubro contra 28% do mercado.

 

Foto no celular

 

A Sony afirma que ainda não sente efeitos negativos da expansão dos celulares com câmera digital. “O consumidor tira fotos com celular no dia a dia mas tem uma câmera para registrar eventos e viagens”, explica o gerente.

 

“Nosso foco para os próximos anos são as classes mais baixas, pois a Sony não é mais uma marca apenas para a classe A. Para
isso temos que conhecer o estilo de vida dessas pessoas e saber que produto elas querem Carlos Paschoal, gerente-geral da linha Digital Image da Sony Brasil

 

BOA IMAGEM
1,1 milhão de unidades é a previsão de vendas de fim de ano. Antes das ações realizadas desde abril, havia projeção de 750 mil câmeras comercializadas.

 

EXPECTATIVA
30% é a estimativa de alta do mercado para este mês em relação a dezembro de 2008. Outubro foi o primeiro mês de 2009 a apresentar crescimento, de 27%.

 

“Não queremos o fim do mercado paralelo”

 

Enquanto o governo, empresas e entidades se esforçam para acabar com os produtos contrabandeados no mercado brasileiro, a Sony vai na contramão das iniciativas e afirma ver com bons olhos a venda de produtos piratas.

 

De acordo com o gerente geral da linha Digital Image da companhia, uma série de ações contra esse tipo de problema já foi realizada no passado e o número de produtos ilegais vem caindo no mercado brasileiro.

 

“Mas é um problema que não será estancado. E acabar com o mercado paralelo não é a intenção da Sony pois isso gera renda e emprego aos brasileiros”, afirmou Paschoal, ao ser questionado sobre os problemas enfrentados pela empresa com a venda de produtos piratas. F.S.

 


Veículo: Brasil Econômico


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