Algumas espécies já são quase obrigatórias para enfeitar a casa e a mesa da ceia. Vendas[br]estão 35% maiores

 

Com a chegada do fim do ano os consumidores correm em busca de produtos para enfeitar a casa e, principalmente, a mesa de Natal. No campo, um dos principais reflexos dessa corrida pode ser observado no setor de flores e plantas ornamentais, que se esforça para atender ao acréscimo na demanda. "As vendas crescem muito", diz a gerente da Cooperativa Agrícola Flores de São Paulo (SP Flores), que reúne produtores da região da Via Dutra, Tatiane Renda. "A cada ano aumenta o volume de produção e venda nesta época."

 

Segundo ela, a expectativa de crescimento nas vendas da cooperativa é de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. Um número expressivo, considerando que no período de festas vende-se 35% a mais que a média do ano.

 

Entre as flores relacionadas ao Natal, a poinsétia (que na verdade não é uma flor, mas uma planta de folhas grandes e vermelhas que se parecem com pétalas, também conhecida como bico-de-papagaio) é a mais vendida. Além da tradição da planta, que nos Estados Unidos e na Europa é conhecida como estrela-do-natal, o preço é uma das razões para que a planta seja a mais popular da época. "É um preço acessível." Na Ceagesp, por exemplo, uma caixa com seis vasos sai por R$ 6. A possibilidade de ser transferida do vaso para o jardim com facilidade é outra das vantagens que a fazem tão procurada.

 

Na Cooperativa Veiling Holambra, que reúne os produtores de Holambra (SP), só na época do Natal são vendidas mais de 14 milhões de unidades de flores, entre vasos e hastes. "Só em poinsétias são cerca de 700 mil unidades", diz o produtor Antônio Walravens, proprietário do Sítio Flor & Ser, especializado na produção do bico-de-papagaio. Ele conta que, para atender à procura do fim do ano, quadruplica a produção.

 

ESTOQUE ESGOTADO

 

E nem isso foi suficiente. Este ano o estoque esgotou. "No ano passado, pouco antes do Natal eu ainda tinha plantas para vender. Hoje já vendi praticamente toda a produção planejada para a época." Conforme a cooperativa, o crescimento das vendas no Natal girou em torno de 15% em relação ao mesmo período de 2008.

 

Outra flor que tem sido cada vez mais procurada para enfeitar a mesa no Natal é a gérbera, principalmente nas cores vermelha e branca. "Cada vez mais ela tem sido relacionada à época", diz o proprietário do Sítio Rancho Velho, Guilherme Hendrikx, um dos pioneiros no cultivo da flor em Holambra. Ele diz que vendeu mais de 300 mil flores só no mês de dezembro. "A procura é tão grande que se eu tivesse 1 milhão de flores em estoque teria vendido todas."

 

Ele explica no entanto que, no caso das gérberas, o aumento da demanda acaba se refletindo no preço. Isso porque o volume de produção da flor cai no fim do ano, devido ao calor. "Somado esse fator com a procura, que triplica, o preço médio de cada flor, que em outras épocas gira em torno dos R$ 0,40, pode chegar a até R$ 1 a unidade." Apesar de o preço em alta ser um ponto positivo, Hendrikx destaca que foi preciso colocar um freio. "Do contrário, as flores poderiam perder espaço para outros produtos, ou até mesmo para flores de plástico", diz.

 

Na Fazenda Terra Viva, uma das maiores produtoras de flores e plantas ornamentais de Holambra, com 400 hectares, a flor amarílis tem superado as expectativas, sendo uma das mais procuradas nessa época, conforme o gerente de Marketing da empresa, Carlos Gouveia. "É uma flor grande e robusta, com grande durabilidade", diz Gouveia. "É muito procurada para arranjos, daí sua aptidão para enfeitar a mesa de Natal", diz. "Rosas, orquídeas e outras qualidades de flores na cor branca também são muito vendidas", acrescenta Tatiane, da SP Flores.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo