Penalty calça chuteiras para globalizar marca

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Indústria de material esportivo fornecerá bola oficial da liga espanhola de fustal em 2010, sua porta de entrada na Europa

 

Quando o campeonato espanhol de futsal começar em 2010, os jogadores da principal liga mundial do esporte darão dribles com bolas brasileiras. Isso porque a Penalty acaba de assumir o posto de fornecedora titular da mais importante peça em quadras na Espanha.

 

A investida é passo calculado do projeto de internacionalização do único selo dematerial esportivo de capital totalmente brasileiro, líder no segmento de bolas para quadras e gramados no país, e com forte presença no mercado de chuteiras e luvas. “Estar na Espanha será importante porque quase toda Europa acompanha a liga espanhola. Teremos visibilidade e isso reforçará o nosso objetivo de nos tornarmos uma marca globalizada”, diz Roberto Estefano, presidente da empresa.

 

De acordo com o diretor internacional da Penalty, Alexandre Estefano, a estratégia visa ampliar o peso da remessa de produtos ao mercado global no faturamento da companhia. Dos R$ 200 milhões em receita líquida com os quais a empresa encerra 2009, apenas 8% são provenientes de exportações, sendo somente 10% do volume obtido em território europeu, principalmente em Portugal com itens como caneleiras e meiões, dentre quasemil produtos.

 

“O projeto de internacionalização ganhou força há três anos e é acompanhado por uma estrutura de produção voltada para atender o mercado fora do Brasil. Nossa projeção é aumentar o peso das exportações à Europa para 30% em 2010”, explica Alexandre.
 


Para escalar as prateleiras europeias e se posicionar ao lado de gigantes do segmento como Adidas e Nike, a companhia brasileira se associou a fabricantes chineses para fugir do custo mais elevado de produção no Brasil. Com isso, terá preço mais competitivo e gasto de transporte logístico menor. Somente as bolas sairão do país, porque a empresa não topou transferir seu know-how tecnológico a parceiros asiáticos.

 

“Estamos entre as três melhores bolas do mundo em tecnologia, produzindo 2,7 milhões por ano e vamos atingir a capacidade de produção de 4 milhões de unidades da nossa fábrica na Bahia em breve”, garante Roberto Estefano.

 

Marca forte

 

A entrada em quadras espanholas foi tomada pela Penalty para tornar a marca conhecida pelo público desportista. A investida da empresa se dará, inicialmente, por meio de canais de merchandising. “As quadras da Espanha são rotativas, ou seja, quando tiver jogo o material para montar as arenas será transportado em caminhões com a nossa marca estampada”, dizRoberto.

 

A reprodução da logomarca emplacas e nos pisos das quadras espanholas também poderá ser vista em transmissões ao vivo pelo site do jornal “Marca” – um dos principais veículos segmentados de esporte da Espanha. Os certames também serão acompanhados por assinantes de canal pay-per-view do periódico. O patrocínio individual a dois atletas do futsal, um brasileiro e um espanhol, está em fase de negociação e deve se somar às ações de marketing da empresa para introduzir outros produtos, além da bola oficial da liga espanhola.

 

A empresa não revela quanto investe na operação,mas Roberto afirma que investe 3% do faturamento em ações de marketing. “A ideia émanter esse nível de participação e ir aumentando o dinheiro em divulgação conforme o faturamento for crescendo. O objetivo é bem claro: queremos ser uma marca forte lá fora como já somos no Brasil”, diz o presidente da Penalty.

 

Pontapé internacional foi dado na América do Sul

 

Antes de desembarcar na Europa, a internacionalização da Penalty começou em vizinhos como Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai. “Sempre estivemos presentes na América do Sul e estamos estudando como retomar os mercados peruano, colombiano e venezuelano que perdemos”, diz o diretor internacional da Penalty, Alexandre Estefano.

 

Nos últimos seis anos, as capitais argentina e chilena ganharam escritórios de negócios similares ao que será aberto na Espanha. O campeonato uruguaio de futebol contou com patrocínio em forma de bola oficial – ação responsável por aumentar em 20%a presença da empresa por lá, e servirá de modelo para a investida espanhola.

 

O corpo a corpo com a Argentina é mais agressivo com a intenção de ganhar presença no campo onde a Topper é a principal marca esportiva. Para isso, além do escritório operado por 30 funcionários, a Penalty decidiu patrocinar os clubes Racing e Vélez Sarsfield. No Paraguai, a empresa abriu uma pequena fábrica com 100 trabalhadores, ainda em fase de implantação e formação de mão de obra. Além da América do Sul, a Penalty também atua no Japão, Portugal e Moçambique. N.S.

 

Veículo: Brasil Econômico


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