Lojista acelera reposição de estoque e mira importados

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2010 começa com forte negociação entre o comércio e a indústria para repor estoques, principalmente nas áreas de eletroeletrônicos, eletrodomésticos (itens de linha branca), além de produtos de vestuário, os com maior saída neste Natal. Com a proposta de promover liquidações de última hora, para virar o ano com as prateleiras vazias e aproveitar a boa onda de vendas, o varejo comemora as vendas de Natal, que superaram as expectativas, e estuda ampliar a presença de importados nas prateleiras.

 

Houve filas na maioria das lojas e quem mais sentiu essa força de vendas foram redes voltadas às classes C e D, como Marisa, Riachuelo e Barred's, por exemplo. Elas registraram grande saída de alguns produtos e não conseguiram pronta entrega para repor os itens no período, segundo a Associação de Lojistas de Shopping (Alshop).

 

O otimismo continua no pós-Natal e a previsão é normalização do abastecimento. O DCI apurou que todos os segmentos do varejo sentiram também alta no tíquete médio, mostrando que o consumidor gastou mais. Agora, há casos de redes que vão antecipar liquidações para sair na frente da concorrência. Nos shopping centers as altas chegaram até 35% em algumas áreas. De modo geral, para a Alshop o setor teve crescimento de 10% e, com o otimismo confirmado pelo Natal, a projeção para 2010 é que é possível bater a cifra histórica de 25% de alta.

 

No comércio popular, as vendas aumentarem em 10% na região da Rua 25 de Março, em São Paulo. Já segundo a União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências (Univinco), as liquidações começam logo após o Natal e a espera é de bom movimento com as vendas sazonais de material escolar e produtos para o Carnaval.

 

Marcelo Mouawad, diretor da Univinco, diz que os lojistas se prepararam bem e não houve falta generalizada de produtos no fim do ano, mas pode ter ocorrido falta de um ou outro item, como brinquedos, uma das categorias mais vendidas na região, mas nada que irá atrapalhar as vendas no começo de 2010. Ele afirma que a expectativa agora é que ocorra uma alta nas vendas de até mais de 5% no início do ano.

 

Outra mudança neste Natal, e que surpreendeu as redes do local, em São Paulo, foi a alta também no tíquete médio, de cerca de 10%. "Acredito que chegamos a atingir um público de 1 milhão de pessoas no último fim de semana antes do Natal."

 

Na rede Armarinhos Fernando, com mais de 10 unidades, Ondamar Ferreira, gerente geral da rede, afirma que partir de sábado, dia 27 de dezembro, já começaram a vender material escolar, sendo que o movimento também estava bom. Para o Natal, Ferreira afirma ter se preparado e estocado produtos para não ocorrerem faltas. "Tivemos um crescimento de 6% nas vendas, foi melhor do que esperávamos, mas não chegaram a faltar produtos porque estávamos bem preparados", diz.

 

Entre as redes de supermercados no País, as lojas das bandeiras Extra e Ponto Frio, do Grupo Pão de Açúcar começaram com saldões e descontos de até 50%. No Extra, mais de mil itens devem estar com preços mais baixos e a rede espera alta nas vendas dos produtos em promoção de até 20%. Na internet, a concorrência será acirrada: o Extra.com vê ação promocional até dia 31, assim como o PontoFrio.com. Já o site Submarino iniciou queima de estoque com 500 produtos. O Walmart.com começou ontem 100 horas de liquidação.

 

Shopping centers

 

Nos shoppings as vendas superaram as previsões e, de acordo com Nabil Sahyoun, presidente da Alshop, muitos lojistas começam a antecipar liquidações para sair na frente dos concorrentes e abocanhar um público que atrasou compras, além de consumidores que ainda têm dinheiro para gastar. "Terminando o Natal, até o dia 30 [de dezembro], o movimento é muito bom. Quem foi aos shoppings neste fim de semana os encontrou cheios. As empresas também sentiram que existe um filão e quem sai na frente com as liquidações vai conseguir um consumidor que ainda tem um pouco de dinheiro", afirmou.

 

Para ele, ainda há aqueles que antecipam as liquidações por necessidade e têm estoques, mas a situação é diferente de 2008, quando as redes anteciparam liquidações por causa da crise.

 

Segundo Sahyoun, os problemas de abastecimento devem ser normalizados. "O varejo é muito dinâmico e já entra em contato com diversos fornecedores para repor produtos", disse. Faltaram mais itens de eletrônicos, linha branca e vestuário.

 

Por segmentos, de acordo com a Alshop, a categoria com maior alta nas vendas foi eletroeletrônicos e eletrodomésticos, com crescimento de 20% em relação ao Natal passado e de 30% frente ao ano passado. Depois vem perfumaria e cosméticos, com alta de 19%, seguida por óculos, bijuterias e acessórios, 18% de crescimento sobre 2008. Já vestuário, calçados e brinquedos tiveram altas de 6%.

 

A contratação de temporários para atender a demanda, também foi 24% maior este ano, de 140 mil pessoas frente a 133 mil funcionários em 2008. A previsão é pelo menos 25% deles se tornem efetivos. Este ano, o setor de shoppings faturou R$ 78,81 bilhões, aumento de 4,74% em relação a 2008. 22 empreendimentos foram inaugurados em 2009 e há 100 shoppings previstos em construção, com a expectativa de que 40 possam ser inaugurados já em 2010. Centros de compras de todas as regiões também confirmam o bom Natal e previsões otimistas para 2010. No Taguatinga Shopping, na região de Brasília (DF), dos grupos PaulOOctácio e JCGontijo, era esperada uma alta de 30% nas vendas, mas que foi superada e ficou 35% maior do que no último Natal.

 


Veículo: DCI


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