Embarque de produto químico ainda depende do custo Brasil

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Com uma balança comercial desfavorável em US$ 18 bilhões, a indústria química fecha o ano com o desafio de melhorar sua presença no mercado internacional, ainda marcado pela instabilidade provocada pela crise financeira mundial. No entanto, algumas companhias nacionais, como Rhodia e Ajinomoto, conseguiram driblar as adversidades, ainda em 2009, e se destacaram em seu volume de vendas, com um faturamento de, pelo menos, US$ 100 milhões, em operações com outros países. Para elas, o principal fator a ser considerado é - e ainda o será em 2010 - a redução do custo Brasil e do preço das matérias-primas, dando maior competitividade ao produto nacional.

 

"O que pode ser melhorado é o aspecto tributário, pois precisamos ter as mesmas condições que os outros países para exportar", destaca o presidente da Rhodia América Latina, Marcos De Marchi. "A questão da facilidade na entrada e saída dos portos e mais acesso à matéria-prima também precisa melhorar. Tudo o que se diz respeito a redução de custo no Brasil precisa ser melhorado. Precisamos reduzir os gastos ao máximo." Segundo De Marchi, a Rhodia, em particular, conseguiu manter o nível de suas exportações com um sistema de distribuição bem estruturado. "Temos uma distribuição bem equilibrada", conta. "Nossas exportações não são focadas em uma única região, assim um terço dos produtos vai para a América Latina, um terço para a Europa e o restante para a América do Norte e a Ásia.

 

" Com essa estratégia, a Rhodia prevê aumentar sua participação no mercado em 15%, em média, em cada segmento.

 

Os produtos da Rhodia que têm mais inserção no mercado externo, de acordo com De Marchi, são os solventes, que têm origem em matéria-prima de fonte renovável, e que já correspondem a 50% do volume vendido. O presidente da multinacional francesa também destaca o etanol e produtos oxigenáveis. "Esses produtos são melhores para a saúde das pessoas e, consequentemente, mais aceitos na Europa e nos EUA", ressalta. Plásticos para engenharia, poliamidas e fios industriais completam a lista de produtos mais exportados.

 

Para 2010, De Marchi é otimista, mas cauteloso. "Temos que entender que o mundo ainda não se recuperou da crise e precisamos ter cautela nos próximos passos", ressalta. "Como nós, todos os outros países também querem exportar e temos que tomar cuidado com as práticas desleais de importação." A meta da empresa é aumentar o volume de exportação em 5%. "O importante é que a Rhodia possui um balanço positivo", afirma De Marchi. "Em 2009, exportamos US$ 100 milhões a mais do que importamos e, com isso, temos um saldo comercial positivo", conclui.

 

Nutrição

 

Outra empresa que se pauta pela redução de custos para aumentar a competitividade no mercado internacional é a Ajinomoto, líder mundial especializada na produção de aminoácidos para nutrição animal. No entanto, as ações da empresa ainda esbarram em questões conjunturais, como a valorização do real, conforme explica Ferdinando Credidio, gerente da Divisão Nutrição Animal. "Como todo exportador brasileiro, a Ajinomoto enfrentou e tem enfrentado grandes dificuldades com relação à taxa de câmbio que se encontra num patamar desfavorável às exportações de um modo geral", afirma. O grande destaque nas exportações da Ajinomoto é a lisina, um aminoácido indispensável, utilizado como suplemento das rações animais, produzida no Brasil a partir da cana-de-açúcar.

 

"É um produto de alta demanda mundial e abastecemos toda a América Latina, América do Norte, Europa, África, Oriente Médio e China", detalha Credidio.

 

A previsão da companhia para o próximo ano é otimista. "Nossas expectativas para 2010 são positivas quando comparadas a 2009; especialmente no tocante aos custos globais das matérias-primas.

 

Acreditamos que os preços começarão a mostrar sinais graduais de retração", diz o executivo. "Com relação ao câmbio, infelizmente não visualizamos grandes mudanças para o próximo ano."

 

Veículo: DCI


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