Está marcada para hoje a audiência final que irá decidir se a sobretaxação provisória de US$ 12,47 para cada par de sapatos fabricado na China será mantida . A taxação foi definida em setembro do ano passado e, de acordo com análise técnica de mais de 40 mil páginas produzida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o valor da sobretaxação tende a subir para US$ 18,44. Milton Cardoso, presidente da Abicalçados (Associação Brasileira da Indústria de Calçados), entidade que iniciou a ação, afirma que a tributação estancou as perdas do setor e brecou as demissões. " Não detectamos nenhum efeito negativo com a medida. "
Ivan Ramalho, ministro interino do Mdic, diz que o governo tem trabalhado para reduzir o prazo das investigações antidumping. Ramalho diz confiar que a taxação será mantida e que isso será " uma vitória do setor calçadista no Brasil " .
O consumidor brasileiro, contudo, vai sentir no bolso a mudança. Tênis de alta performance, todos fabricados na China, tendem a encarecer ainda mais se a taxa for repassada ao cliente final. Já os sapatos nacionais também ficarão, em média, 3% mais caros a partir da próxima estação. A subida dos preços deve-se, segundo os fabricantes, à melhoria da qualidade e da tecnologia empregada na formulação dos calçados.
" A produção foi aprimorada e isso aumentou o valor agregado do produto " , justifica Francisco Santos, fundador da Couromoda, evento que iniciou ontem sua 37ª edição na capital paulista e é considerado um termômetro de como a indústria calçadista irá se comportar durante o ano.
Veículo: Valor Econômico