Fusões e aquisições diminuem 34,3% em 2009

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As operações de fusões e aquisições anunciadas em 2009 somaram R$ 136,1 bilhões, redução de 34,3% na comparação com o ano anterior, quando essas operações somaram R$ 207 bilhões, segundo dados divulgados na quinta-feira pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Em número de operações, a queda foi de 5,4%, de 93 para 88.

 

Excluindo a operação Itaú Unibanco, o volume teria crescido em 34,8%. Reunidas, as transações de fusões e aquisições, OPAs e reestruturação societária anunciadas ao longo do ano passado totalizaram R$ 150,6 bilhões. O resultado representa redução de 31,6% em relação aos R$ 220,3 bilhões apurados em 2008. Em número de transações, o levantamento mostra diminuição de 5,8% sobre 2008, de 103 para 97. Excluindo a operação de R$ 106 bilhões de Itaú Unibanco, anunciada em novembro de 2008, o volume teria crescido em 31,8%, acrescenta a associação em nota.

 

Na avaliação de Carolina Lacerda, responsável pela Subcomissão de Fusões e Aquisições da Anbima, apesar da forte crise em 2008, o número de 97 operações anunciadas em 2009 está em linha com o registrado no ano anterior, o que reflete a recuperação dos mercados de capitais e de crédito, e a volta da confiança dos executivos ao analisarem movimentações estratégicas.

 

Entre OPAs e reestruturação societária, houve menos operações realizadas, nove em 2009 contra dez em 2008. Em volume negociado, porém, foi registrado acréscimo de 9%, de R$ 13,3 bilhões para R$ 14,5 bilhões no último ano. No ano passado, as empresas brasileiras realizaram 62 aquisições (48 brasileiras e 14 estrangeiras), o que representa 70,4% do total de operações anunciadas em 2009. Esses negócios representaram R$ 53,3 bilhões, que corresponde a 39,1% das operações anunciadas. Dos investimentos estrangeiros no Brasil, a Europa concentrou 70,8% dos recursos, seguida por América Latina, com 13,8%, e de EUA e Ásia, empatados com 7,7% cada.

 

Alimentos e bebidas. O setor de Alimentos e Bebidas foi destaque, com volume negociado de 37,6% no ano passado, seguido de Papel e Celulose, 13%, e Energia, 10,4%. Em relação ao número de operações, os setores estiveram mais equilibrados, ainda com relevância para o setor de Alimentos e Bebidas, com 11,3%, acompanhado pelo setor de Energia com o mesmo percentual.

 

Dentre as maiores operações do ano, a associação destaca as fusões de JBS com Bertin, de R$ 26,9 bilhões, e da Perdigão com a Sadia, que deu origem a BRF Brasil Foods, uma negociação de R$ 21 bilhões. Seguem-se ainda as transações de reestruturação societária da Votorantim Celulose e Papel, que incorporou ações PN da Aracruz, as aquisições de GVT pela Vivendi e da Santelisa Vale pela Louis Dreyfus.

 

O número de operações acima de R$ 1 bilhão alcançou o patamar de 33% em 2009, o maior percentual dos últimos cinco anos (desde o início da série). "Os resultados do ano de 2009 confirmaram nossas expectativas de uma boa atividade do mercado de fusões e aquisições no Brasil, apesar de refletir condições adversas de outras economias", disse Carolina.

 


Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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