Os preços do leite longa vida no atacado estão entre 10% e 15% mais altos, dependendo da região, confirmando as expectativas de aquecimento do mercado. "O ano de 2010 parece que começou bem", disse o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV), Nilson Muniz.
O produto tem como característica uma forte oscilação de preços ao longo do ano, ditada pela oferta. No ano passado, em função do atraso da safra leiteira da região Sul do País, os preços chegaram a atingir em determinadas regiões R$ 2,40/litro. Esse pico durou três meses, de julho a setembro.
A partir da normalização da oferta, em setembro, os valores sofreram uma redução drástica, caindo abaixo de R$ 2,00/litro. Em dezembro, o produto chegou a ser cotado a R$ 1,50/tonelada em algumas regiões do País. Os valores atuais, segundo o executivo, têm ficado entre R$ 1,70 a R$ 1,90 por litro ao consumidor. "A tendência é de que se mantenha este viés de alta até o meio do ano, seguramente". A avaliação é de que um novo pico de preços seja observado em agosto, chegando acima de R$ 2,00 ao consumidor, como foi no ano passado. Este aumento se reflete também nos preços ao produtor. Em 2009, conforme Muniz, o crescimento do mercado brasileiro de Longa Vida ficou em torno de 3% a 3,5%, ou o equivalente 5 bilhões de litros. O volume ficou abaixo das expectativas do setor, que esperava um incremento entre 4% e 5%. O executivo explica que o resultado só foi alcançado porque o produto passou a deter uma participação maior no mercado do que outros segmentos como os do leite pasteurizado e em pó.
Para este ano, as projeções da associação são de incremento entre 4% e 5% no mercado, sendo que o foco continua sendo mantido no mercado interno. Atualmente, a ABLV reúne 30 indústrias do setor, responsáveis por 80% do volume produzido no Brasil, ou o equivalente de 4,4 bilhões de litros. (Com agência Estado)
Veículo: Jornal do Commercio - RJ