Com certificação Fairtrade, apicultores do Piauí e Ceará podem aumentar exportações, sobretudo para a Europa
Já certificado internacionalmente como produto orgânico, o mel produzido pela Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis), com sede no município de Picos (PI), acabou de obter mais uma certificação. A certificação Fairtrade - ou de comércio justo - foi conquistada por meio de um projeto do Sebrae e é a primeira vez que uma empresa do setor, no País e América Latina, obtém este selo, concedido pela certificadora alemã Flo-Cert.
"A conquista veio após pouco mais de um ano de trabalho. Já éramos exportadores, mas tivemos de fazer adaptações para atender aos requisitos da certificação de comércio justo", diz o responsável pela área de Comercialização da Casa Apis, Maurilo Oliveira. "O selo Fairtrade baseia-se num conceito de parceria comercial transparente e de respeito entre e as partes. A busca é sempre por maior igualdade no comércio internacional", explica. Além disso, a auditoria leva em conta critérios como respeito à legislação trabalhista e preservação ambiental. "O consumidor que compra um produto Fairtrade sabe que o produtor rural e a comunidade estão sendo beneficiados, porque a certificadora audita todos os elos da cadeia: produtor, exportador e ponto de venda."
A Casa Apis reúne nove cooperativas do Piauí e uma do Ceará. De um total de cerca de mil apicultores, 600 estão certificados, segundo o gerente da unidade de Agronegócios do Sebrae Piauí, Francisco Holanda. O segmento de produtos Fairtrade cresce, em média, 40% ao ano e a Europa é o principal mercado. A estimativa é que, com a certificação, o valor do mel aumente 15%. "O preço internacional do mel está cotado em US$ 3,2 o quilo. Com o selo, o prêmio chega a US$ 0,15 por quilo", diz Holanda.
No ano passado, a Casa Apis exportou cerca de 350 toneladas de mel; este ano, com a nova certificação, a meta é dobrar esse volume.
Veículo: O Estado de S.Paulo