Walmart instalará atacadão para classes A e B na Capital

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O Walmart Brasil reforçará sua artilharia na guerra por consumidores do autosserviço no Estado com a instalação do seu atacadão voltado às classes A e B. O presidente do grupo, Héctor Núñez, informou que Porto Alegre ganhará uma filial do Sam’s Club, que soma 1,3 milhão de sócios nas 23 lojas em operação em 11 estados e no Distrito Federal. O investimento é superior a R$ 40 milhões e prevê até 7 mil itens, com descontos de até 15% no confronto com o varejo tradicional e de 6% sobre os preços dos demais atacadões do segmento.

 

No Sul, apenas Curitiba conhece o modelo, que foi introduzido no Brasil em 1995.

 

Para comprar no Sam’s, o cliente terá de pagar anuidade de R$ 45,00. “A comunidade de Porto Alegre merece este empreendimento que atinge as classes A e B e estabelecimentos como padarias, restaurantes e fast food”, justifica o executivo. “Estamos olhando locais e definindo quando fazer. Vamos ter logo mais uma Sam’s Club na cidade”, projeta o presidente do Walmart Brasil. O modelo opera com itens importados, forte cardápio de eletroeletrônicos, marcas próprias e ramo de perecíveis, segmento que cresce nos atacadões brasileiros.

 

O investimento serve para diversificar as opções locais, entre elas o Maxxi Atacado, também do Walmart e que hoje soma 11 estabelecimentos no Rio Grande do Sul, e confirmar que a região se mantém entre prioridades do grupo. Núñez frisou, no lançamento do projeto Sustentabilidade de Ponta a Ponta, em São Paulo, em janeiro passado, que o Sul, principalmente o Rio Grande do Sul, ao lado do Nordeste, deve receber maior fatia dos aportes de expansão em 2010. O grupo planeja investir R$ 2,2 bilhões, com abertura de 106 lojas.

 

Em 2009, o Estado abriu sete dos 91 novos estabelecimentos do grupo americano no País, somando aplicação global de R$ 1,6 bilhão. O investimento local foi de R$ 65 milhões. “Vamos crescer também com a rede TodoDia, de vizinhança e voltada às classes C e D, e supermercados Nacional e Big”, projetou o presidente. No primeiro modelo, foram cinco lojas estreantes no Estado em 2009. O Nacional, ressaltou Núñez, firma-se cada vez mais no nicho de vizinhança, mas com alvo nas classes média e alta.

 

Para o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, a ampliação da atuação da grife de clube de compras do Walmart Brasil mostra que os atacadões se posicionam com destaque na estratégia das redes.

 

Além de atuar em porções de maior renda, no caso do Sam’s Club, o formato, segundo Sussumu, é alternativa para expandir operações, pois se ajusta também a localidades de médio porte, com atração para população de municípios em torno. Para o dirigente, estes perfis de autosserviço, com menor custo de operação, não enfrentam limitações como as que afetam e prejudicam a instalação dos hipermercados.

 

“Os hipermercados enfrentam carência de áreas para construção nos grandes centros, ao mesmo tempo em que as lojas de vizinhança, de menor porte, ganham espaço ante consumidores com menos tempo e pressionados pelo tráfego intenso”, justifica o presidente da Abras. Dados da consultoria AC Nielsen revelaram que, em 2009, os empreendimentos com mais de 50 checkouts tiveram queda de 6,4% nas vendas na comparação com 2008. Enquanto isso, estabelecimentos entre cinco e 49 caixas apresentaram saldo positivo.

 

O presidente da Abras acredita que a ascensão de atacadões para faixa alta de renda seja ainda maior, pois o deslocamento das classes mais baixas dependeria de carro. Somente agora, observa Honda, o automóvel passou a ser mais popularizado. O mix com presença de eletroeletrônicos identifica outra tendência: a disputa do ramo de autosserviço com o varejo tradicional. “No passado, itens não alimentares respondiam por 25% das vendas. Agora já chegam a 40%”, confronta Honda.

 

O foco em preço é o maior atrativo dos atacadões e deve ser o combustível para o crescimento dos modelos, aposta o diretor de estudos e pesquisas do Programa de Administração de Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA), Nuno Manoel Martins Dias Fouto. “O Sam’s se beneficia da logística do Walmart e apresenta custo operacional mais baixo”, indica.

 

Ele lembra que o modelo atrai consumidores com renda, que valorizam o nível de preços e que buscam lojas para comprar grandes quantidades. Fouto acredita que os atacadões tendem a se pulverizar pela facilidade de instalação e venda para pessoa física e pequenos comércios. “Eles não concorrem com o hipermercado nos grandes centros e atingem o consumidor com carro, e que valoriza a vantagem de ser associado.”

 


Veículo: Jornal do Comércio - RS


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