Desse total, somente os supermercados da cidade estimam perda de aproximadamente R$ 90 milhões.
Se o Carnaval é folia e diversão para milhares de belo-horizontinos, para o comércio varejista da Capital significa uma perda R$ 335 milhões. Desse total, somente os supermercados da cidade estimam que cerca de R$ 90 milhões em mercadorias deixarão de ser negociadas.
O restante do varejo, de acordo com projeções da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), deve registrar uma perda diária, entre sábado e quarta-feira de cinzas, de R$ 45 milhões, totalizando R$ 245 milhões.
A falta de vocação de Belo Horizonte para o turismo de lazer é apontada por especialistas do setor como um dos fatores responsáveis pela debandada dos moradores da Capital em direção a cidades litorâneas ou centros históricos do interior do Estado. Os representantes do segmento ouvidos pela reportagem apontaram a extensão das liquidações como uma solução parcial para perdas do período.
O economista da CDL-BH, Fernando Sasso, explicou que as estimativas de perdas do setor para o Carnaval de 2010 (R$ 245 milhões) foram baseadas nos resultados dos mesmos períodos de anos anteriores. Segundo ele, o movimento nas lojas da Capital chega a cair de 50% a 70%, dependendo do segmento de atuação de cada estabelecimento.
Sasso ressaltou que vários empresários da Capital anteciparam as promoções de fevereiro para o período que antecedeu o Carnaval. "Outra medida adotada pelos lojistas é de estender as liquidações após os dias de folia. Todavia, a iniciativa não é suficiente para reverter as perdas, é uma forma apenas de minimizar a queda das vendas", explicou.
A Associação Mineira dos Supermercados estima perda da ordem de R$ 40 milhões só na segunda-feira
Amis - Para o superintendente da Associação Mineira dos Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, que estima uma perda da ordem de R$ 40 milhões somente na segunda-feira, quando os estabelecimentos da Capital acordaram em fechar as portas, não há maneiras de reverter ou mesmo minimizar a queda de rendimento do período. "São vendas perdidas, já que a realização de promoções também têm um custo para os supermercados", frisou.
Segundo ele, os outros dias de Carnaval, incluindo o feriado de terça-feira, dia em que os supermercados de Belo Horizonte irão funcionar, devem somar prejuízos da ordem de R$ 50 milhões. Dessa forma, a perda total do setor supermercadista da Capital projetada para o período de folia totaliza aproximadamente R$ 90 milhões.
Pesquisa - No entanto, conforme os dados revelados pela Sondagem de Opinião do Lojista de Belo Horizonte, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) com diversos segmentos do comércio da Capital, a maioria dos entrevistados (65%) acredita que o período carnavalesco não afetará as vendas de forma negativa.
Em contrapartida, o levantamento mostrou que 35% dos comerciantes da cidade projetam perdas para durante o Carnaval. "O comércio já conta com a evasão natural da época e com a redução do fluxo de pessoas. Por isso, os lojistas investiram em ações para tentar minimizar esses efeitos, como a antecipação do lançamento de coleções e o prolongamento das liquidações após o período momesco", observou a coordenadora do departamento de economia da Fecomércio Minas, Silvânia de Araújo.
A sondagem apontou que dos comerciantes que adotarão medidas com a finalidade de amenizar os efeitos do Carnaval nas vendas do período, 58,3% preferem antecipar os lançamentos, enquanto 41,7% preferem estender o prazo para o término das liquidações durante o restante do mês de fevereiro.
Veículo: Diário do Comércio - MG