A Samsung, que já está entre as maiores fabricantes no Brasil de TVs de LCD, celulares e monitores para PCs, ingressou em uma nova categoria de produto no mercado brasileiro. Neste mês, a multinacional coreana iniciou a produção de câmeras fotográficas em sua unidade em Manaus, o que permitirá à empresa beneficiar-se dos incentivos fiscais concedidos para os eletroeletrônicos montados na Zona Franca e oferecer preços mais baixos, a partir de R$ 400.
A intenção da Samsung é disputar a liderança em câmeras fotográficas no Brasil, afirma José Roberto Campos, vice-presidente executivo da subsidiária brasileira. As marcas mais vendidas no país, segundo estimativas do setor, são Kodak, Sony e Olympus. Essas três empresas têm mais de 70% de participação de mercado e já fabricam câmeras digitais em Manaus.
A Sony anunciou ontem que está lançando neste mês sete modelos da linha Cyber-shot de câmeras digitais no Brasil. As fabricantes estão aquecendo os seus motores para o Natal, sazonalmente o melhor período de vendas. Os produtos da Sony custam entre R$ 700 e R$ 1,9 mil.
Neste primeiro momento, a Samsung está fabricando três modelos na unidade da Zona Franca, mas a empresa planeja lançar ao todo oito tipos de câmeras neste ano, afirma Campos. As mais caras vão custar perto de R$ 2 mil no varejo.
Até então, as câmeras da multinacional coreana encontradas nas lojas brasileiras eram importadas por um distribuidor independente no país, cujo contrato foi encerrado após a decisão do grupo de nacionalizar a montagem e entrar de forma mais agressiva neste segmento.
Uma pesquisa encomendada pela empresa mostrou que no mercado brasileiro a demanda por câmeras digitais dobrou nos últimos três anos e deverá atingir 6 milhões de unidades em 2008. "Metade desse volume, porém, é comercializada no mercado informal. Os produtos entram no país sem pagar imposto", afirma Campos.
Ainda assim, o mercado formal de câmeras digitais - de 3 milhões de unidades - já movimenta uma cifra elevada no país, estimada em cerca de R$ 2 bilhões por ano. Em volume, as câmeras já superam os televisores de LCD e plasma, cujas vendas devem atingir cerca de 2 milhões de unidades neste ano.
Os três modelos que começaram a ser fabricados pela Samsung neste mês respondem por 70% do consumo. As câmeras, afirma Campos, têm resolução de 7 a 14 megapixels e possuem painéis de LCD de 2,4 polegadas.
Um dos pontos fortes das câmeras digitais em relação ao celulares com câmera embutida é o tamanho do painel. Essa vantagem garantiu a sobrevivência das câmeras fotográficas, que, ao contrário do que se previa alguns anos atrás, não foram preteridas pelos consumidores.
A Samsung, que também é uma das maiores fabricantes de celulares, já possui internacionalmente uma grande participação no mercado de câmeras digitais, explica Campos. No mundo, a japonesa Canon é a maior fabricante do setor, enquanto a Sony vem em segundo lugar. "A Samsung ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de câmeras digitais", afirma Campos.
No Brasil, a multinacional prevê neste ano um crescimento em suas vendas totais de "dois dígitos", diz o executivo. Em 2007, a subsidiária brasileira obteve uma receita de US$ 2,1 bilhões. O Brasil é o país-sede da Samsung para a América Latina e o maior mercado da multinacional na região. A companhia possui operações no Panamá, Colômbia, Peru, Chile e Argentina.
Veículo: Valor Econômico