Um grupo de 102 produtos terá a alíquota de importação elevada em 30 dias se não houver negociação
O Brasil iniciou, ontem, o processo de retaliação às importações de produtos dos EUA. A sanção foi autorizada, no ano passado, pela Organização Mundial de Comércio (OMC) diante da recusa americana de retirar os subsídios à produção e exportação de algodão, que foram condenados ao final de um processo aberto pelo Brasil.
Uma lista com 102 produtos, que terão o Imposto de Importação elevado dentro de 30 dias, foi publicada no Diário Oficial da União. A maioria dos itens é de bens de consumo, para evitar danos à indústria nacional que depende de insumos, máquinas e equipamentos importados dos EUA.
O maior impacto em valor será nas importações de trigo, que somaram US$ 318 milhões em 2008, ano tomado como base para o cálculo.
O governo brasileiro espera, ao sinalizar a disposição de retaliar, receber uma proposta concreta dos EUA para eliminar os subsídios. Hoje, o conselheiro-adjunto de Segurança Nacional para Assuntos Econômicos Internacionais da Casa Branca, Michael Froman, deverá apresentar uma primeira proposta de compensações comerciais ao Itamaraty.
A medida com maior impacto ainda está por vir. O Brasil pode estender a represália às áreas de propriedade intelectual e serviços, pontos mais sensíveis para os EUA.
Pela decisão da OMC, o Brasil tem que aplicar retaliações na área de bens em pelo menos US$ 560 milhões do total autorizado de US$ 829 milhões. O restante pode ser aplicado em propriedade intelectual e serviços.
O USTr, espécie de Ministério de Comércio Exterior americano, disse, ontem, estar "desapontado" com a decisão brasileira.
Veículo: Diário Catarinense