A suíça Nestlé e a americana Hershey estudam um negócio em conjunto, segundo publicou, no domingo, o jornal britânico "Daily Telegraph". A notícia, não confirmada por nenhuma das empresas, causou burburinho no mercado internacional. Tanto que ações da Hershey subiram 4,4% nos Estados Unidos, anteontem. Ontem, fecharam em queda de 2%, mas acumulam alta de 15,41% no mês e de 8,28% no ano.
Segundo o jornal inglês, a Nestlé estaria comprando 25% da fabricante de chocolates americana. A multinacional teria a opção de comprar os outros 75% nos dois anos seguintes. O valor de mercado da Hershey está estimado em US$ 9,6 bilhões. A Nestlé tem cerca de US$ 1,9 bilhão destinado a aquisições, segundo disse Jim Singh, principal executivo de finanças da empresa, em junho, numa conferência com investidores.
No mercado, analistas disseram que o negócio seria benéfico para a Nestlé, uma vez que funcionaria como a aliança que a companhia tem com a General Mills, pela qual a suíça produz o cereal matinal Cheerios fora da América do Norte, onde o produto pertence à americana. Nos Estados Unidos, a Hershey detém os direitos de produzir o chocolate KitKat, que é produzido pela Nestlé no resto do mundo.
No Brasil, o presidente da Nestlé no Brasil, Ivan Zurita , disse no início do mês que a empresa está fechando a aquisição de duas outras companhias. Uma delas deveria, segundo a previsão do executivo, ter sido anunciada antes da metade do mês. A outra, até o final de setembro. Até agora, entretanto, a Nestlé não revelou nenhum dos negócios.
Caso a Nestlé, na Suíça, decida comprar a Hershey, o negócio terá reflexos no Brasil, podendo envolver também a Bauducco, marca da Pandurata Alimentos, também dona da Visconti. Desde o início do ano a Bauducco e a Hershey mantêm uma joint venture para fabricar e distribuir os produtos da marca americana no Brasil.
Criada em 1894, a Hershey está no país desde 1998, com a importação de chocolates como o "Almond Joy" e os bombons "Kisses". Em 2001, a empresa adquiriu a fábrica da Visconti, em São Roque, no interior de São Paulo, e iniciou a comercialização das marcas Io-iô Crem e Granulados Visconti. O Valor entrou em contato com executivos da Hershey e também da Bauducco, mas nenhum deles quis se pronunciar. A Nestlé Brasil também preferiu não fazer comentários.
Veículo: Valor Econômico