Depois de uma experiência de quase um ano no país, interrompida em abril do ano passado, a provedora de publicidade on-line Zooppa volta ao mercado brasileiro, desta vez com sócios locais. A empresa é uma mistura de agência de propaganda e rede social, em que os anúncios são criados pelos usuários. O site coloca no ar o "briefing" (informações sobre o que o anunciante pretende divulgar) e realiza um concurso com os membros de sua comunidade - que tem 60 mil pessoas, dos quais 6 mil brasileiros, em geral com alguma ligação com a área publicitária. Os melhores trabalhos recebem prêmios em dinheiro e a empresa patrocinadora pode usar as peças em ações de marketing.
Segundo Luca Messaggi, diretor internacional da Zoopa, a primeira investida no Brasil, em 2008, foi um projeto-piloto: um site em português monitorado pelo escritório da Itália. "O piloto confirmou o potencial do Brasil: mais de 6 mil brasileiros se inscreveram. Em março de 2009 decidimos suspender temporariamente a versão em português do site, para montar um time local sênior para gerenciar as operações e a área comercial da Zooppa no Brasil".
Este mês, o site foi relançado, com três sócios no país - Marcello Ursini, Renato Ciuchini e André Migliorelli, ex-executivos de empresas de telecomunicações e bens de consumo - e um concurso no ar, da operadora de TV por assinatura Sky, que vai distribuir US$ 11 mil em prêmios. "Vemos o concurso como um laboratório de ideias, que pode trazer novos 'insights' sobre a marca que não tivemos até agora", diz Marcelo Miranda, diretor de marketing da Sky.
Cada concurso dura, em geral, oito semanas. "Em média, a empresa recebe 400 ideias, entre 60 e 100 vídeos para internet, mais de 300 peças gráficas e quase 600 mil comentários sobre a marca", diz Marcelo Ursini. No mundo, a Zooppa já realizou mais de 90 campanhas, para clientes como Google, Microsoft, Telecom Itália, Nestlé e Nike. A plataforma foi criada em 2007, pela incubadora italiana de projetos H-Farm, e hoje também está nos Estados Unidos.
O site usa o conceito de "crowdsourcing": o uso de contribuições voluntárias coletivas para um trabalho. O exemplo mais famoso é a enciclopédia on-line Wikipédia. Em 2006, a revista de tecnologia "Wired" definiu o termo como "a nova fonte de mão-de-obra barata: pessoas comuns usando seu tempo livre para criar conteúdo, resolver problemas e até fazer pesquisa e desenvolvimento empresarial."
Veículo: Valor Econômico