Laser Eletro e Eletroshopping vão às compras

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O processo de consolidação do varejo de móveis e eletrodomésticos, que já limitou sensivelmente o número de concorrentes no Centro-Sul do país, começa a se tornar realidade também na região Nordeste, onde estão as vendas no varejo crescem acima da média nacional. Além da baiana Insinuante, que se uniu à mineira Ricardo Eletro, outras redes nordestinas estão se mexendo para sobreviver a um mercado de competidores cada vez maiores e mais agressivos.

 

A pernambucana Laser Eletro fechou na semana passada a aquisição das 59 lojas da rede Armazém Nordestino, com sede no Piauí, por valores não divulgados. Com o negócio, a Laser estendeu sua atuação aos Estados do Piauí e do Maranhão, passando a atender toda a região Nordeste. O número de lojas passou de 87 para 146.

 

"Estamos nos movimentando para fazer frente a essa forte tendência de fusões", informou o gerente de Compras da empresa, Marcelo Branco Coutinho.

 

Na mesma direção, a também pernambucana Eletroshopping sacramentou há poucos dias a compra de 31 lojas da concorrente Hermol, que estava em recuperação judicial.

 

Principal concorrente da Insinuante em Pernambuco, a Eletroshopping passou a contar com 140 lojas, espalhadas em seis Estados do Nordeste.

 

Segundo Coutinho, gerente de Compras da Laser Eletro, o empresariado do setor trabalha e se planeja considerando a possibilidade de que outros grandes negócios possam ser fechados no médio prazo, como, por exemplo, uma eventual compra da operação brasileira do Carrefour pelo Walmart - operação já negada pela rede francesa. "Imagino que não pare por aí", afirmou Coutinho, ao ser questionado sobre a fusão entre Insinuante e Ricardo Eletro.

 

Segundo o diretor-comercial da Eletroshopping, Cristiano Vilar, outras oportunidades de aquisições estão sendo avaliadas na região, onde devem ser abertas pelo menos 19 novas lojas até o fim deste ano, além das que foram adquiridas da Hermol.

 

Para Vilar, a fusão entre Insinuante e Ricardo Eletro é uma forma de enfrentar a provável "invasão" da Casas Bahia no mercado nordestino. Esta varejista paulista, que faz parte do grupo Pão de Açúcar há quase quatro meses, estimava em junho de 2009 que chegaria a 49 lojas na Bahia no primeiro semestre de 2010.

 

Apesar de inevitável, o processo de consolidação irá se deparar com empresas locais tradicionais e bem capitalizadas, dizem alguns fornecedores. Estes alegam que não são poucas as redes com cerca de 50 lojas que ainda têm fôlego de sobra para continuar crescendo.

 

"Os últimos anos foram muito bons para os empresários daqui. Se precisar, saem comprando (concorrentes)", disse ontem uma fonte de uma grande marca de eletrodomésticos.

 

Além das estratégias de defesa, as redes baseadas no Nordeste têm em comum a preocupação com o poder de barganha de uma Insinuante fortalecida. "Nosso maior receio é com as negociações privilegiadas que eles podem ter com os fornecedores, o que resultará em preços e condições diferenciados", disse Marcos Antonio de Souza, diretor da Credimóveis Novolar, rede pernambucana com 39 lojas.

 

No que depender dos fornecedores, entretanto, essa equação não será tão simples. "As grandes redes já contam com condições bastante favoráveis. Em muitos casos, não cabe mais queda de preços, porque senão fica inviável pra nós. Também vamos nos mobilizar, por meio das nossas entidades representativas para conseguirmos a melhor condição possível", disse um fornecedor.

 

Veículo: Valor Econômico


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