A sinergia entre a Ricardo Eletro e a Insinuante vai proporcionar um ganho imediato de R$ 150 milhões ao ano para a empresa criada a partir da fusão das duas redes, a Máquina de Vendas. Esse valor, que representa 3% do faturamento, tem origem na integração de áreas, compras, processos logísticos e renegociações com fornecedores. De acordo com Ricardo Nunes, presidente da nova empresa, porém, o fechamento de lojas está descartado. Já está nos planos da holding a construção de dois centros de distribuição, um em Fortaleza e outro em Recife. A iniciativa reduzirá o tempo de entrega nos dois estados para cerca de 24 horas.
De acordo com Lúcio Costa, presidente da Suggar Eletrodomésticos, a sinergia das duas empresas é clara. “A insinuante está entrando no mercado mineiro, onde existem 853 municípios. A Ricardo Eletro está entrando no Nordeste, onde tem uma presença pequena”, justifica. De acordo com ele, há 10 anos a rede baiana chegou a comprar seis lojas da Bemoreira em Minas – em Ouro Preto, Montes Claros, Ipatinga, Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Curvelo, Teófilo Otoni e Itabira, mas acabou desistindo delas porque estavam muito espalhadas pelo estado, o que tornava a publicidade mais cara. Ele acredita, porém, que esse não será um bom negócio do ponto de vista do consumidor. “Para os consumidores, quanto mais concorrência, melhor, porque o preço fica mais baixo.”, explica.
Ricardo Nunes nega, no entanto, que a fusão provoque elevação nos preços dos eletrodomésticos. “Ficaremos muito mais agressivos. Não é sadio para um país ter um grupo de varejo posicionado a uma distância tão grande dos demais concorrentes. Não é saudável nem para o consumidor nem para a indústria”, sustenta. De acordo com ele, ao tomar o segundo lugar no mercado do varejo de eletrodomésticos no país, a Máquina de Vendas tornará a concorrência mais equilibrada. “Se não fizéssemos isso, a gente perderia a força nas compras. Essa iniciativa veio para manter a nossa agressividade”, diz. De acordo com ele, a tendência é que as redes locais desapareçam. “Antes que acontecesse isso com a gente, formamos o segundo grupo para brigar com o primeiro. Se isso não ocorresse, amanhã teríamos uma única rede no país”.
Veículo: O Estado de Minas