Vendas médias por loja cresceram e faturamento da categoria de sabão e detergente líquido e em pó foi 4,8% superior no ano passado em comparação com 2008
Por Margareth Meza
Em 2009, em comparação com o ano anterior, o setor supermercadista vendeu, em volume, 6,9% mais sabão em pó e líquido para roupas. Essa evolução resultou na comercialização de 731 milhões de quilos/ litros contra 683,8 milhões vendidos em 2008. O crescimento foi impulsionado por fatores como o incremento das vendas médias por loja, já que cada um dos mais de 389 mil estabelecimentos analisados na pesquisa comercializou, por mês, 196 quilos/litros desses produtos, 11 a mais que em 2008.
Bom resultado também foi percebido no faturamento. As vendas reais foram de cerca de R$ 3,5 bilhões, 4,8% mais elevadas que em 2008, quando somaram R$ 3,2 bilhões. Nesse cenário de expansão, as lojas de 10 a 49 check-outs foram as que mais se beneficiaram.
O grupo de 10 a 19 check-outs expandiu suas vendas em volume em 10,1%, e o de 20 a 49 check-outs, em 10,8%. Esses percentuais estão acima da taxa de crescimento médio da categoria no País, que chegou a 6,9%.
Com isso, lojas com esses perfis ganharam importância para a comercialização de detergentes para roupas. As que têm de 10 a 19 check-outs passaram a responder por 20,5% das vendas, contra 19,9% em 2008. Nas de 20 a 49, o share passou de 15,4% para 15,9%. Estabelecimentos menores, de 1 a 4 check-outs, perderam 0,9% de participação, pois cresceram só 3,3%, abaixo do Total Brasil, que é de 6,9%. Nos hipermercados de 50 ou mais check-outs houve queda de 0,6% das vendas em volume, o que fez com que perdessem relevância na comercialização do segmento: esta passou de 7% para 6,5%, a menor entre os formatos de loja.
Porém, independentemente do modelo do negócio, é na área 1, compreendida por sete estados do Nordeste, que o volume de vendas mais cresceu. Nessas localidades, a variação foi positiva em 9,6%. Na sequência, posiciona-se a área 3 (Grande Rio de Janeiro), com expansão de 8,5%. A área 2, composta por Minas Gerais, Espírito Santo e interior do Rio de Janeiro, foi a que menos expandiu, apenas 1,2%, índice bem abaixo do Total Brasil. Dessa forma, perdeu 0,9% de importância para as vendas do gênero, mas ainda responde por 15,9% das negociações. Todavia, a área 6 (Sul) é a que detém o maior share nesse mercado com 19,1% de participação, seguida pela 5 (interior e litoral paulista), com 19%.
Sortimento
O tipo da embalagem, seu volume e peso também são características importantes na avaliação do desempenho da categoria. No caso de detergentes para roupas, as versões de 851 ml/g a 1000 ml/g, as mais importantes para o segmento, venderam, em volume, 9% mais em relação a 2008, o que confirma o potencial das embalagens de um quilo. Já as maiores, de 1501 ml/g a 1999 ml/g, demonstraram comportamento oposto. No caso delas, houve queda de 12,9%.
Os invólucros de 201 ml/g a 500 ml/g têm uma peculiaridade. Suas vendas cresceram 3% (abaixo, portanto, da média nacional), mas são as mais importantes para o faturamento das lojas nordestinas, com participação em 87,8% das vendas da área 1. Esse fato ocorre por causa do desembolso, pois na região as pessoas preferem pagar menos a cada compra realizada. Já nas outras áreas pesquisadas, a versão de 851 ml/g a 1000 ml/g está na
dianteira com 73,5% de share, no mínimo.
Confirmação de que são mesmo as mais vendidas é o desempenho que apresentaram em relação ao formato/ tamanho da loja. Nas de 10 a 19 check outs, por exemplo, são responsáveis por 76,5% do faturamento. Apenas no canal tradicional as embalagens de 201 ml/g a 500 ml/g sobressaem. Nesse tipo de estabelecimento, a importância delas é de 69,1%.
O material da embalagem é outro quesito relevante nesse mercado. Prova é o fato de as lojas terem comercializado, em 2009, volume 11,9% maior de exemplares de papelão do que em 2008, apesar de terem custado 6% mais que a média de preço praticada no segmento. Para se ter ideia, é de 70,8% a importância desses invólucros para o faturamento das lojas brasileiras.
Em comparação às embalagens plásticas, mais uma vez é possível notar a importância do papelão. Sua participação nas vendas em volume é de 66,9%, enquanto as de plástico, cuja comercialização apresentou queda da ordem de 4,1%, representam 31,3% do volume vendido.
Números da categoria
No ano passado, 81% dos 389.421 pontos-de-venda analisados comercializavam a categoria, mesmo índice de 2008
Por mês, cada um desses pontos-de-venda vendeu 196 quilos/litros de sabões em pó e líquidos, 11 a mais que no ano anterior
Em 2009, o quilo/litro dos produtos da categoria custou, em média, R$ 2,47, preço 2% abaixo do praticado em 2008, quando era de R$ 2,56
O sabão líquido ainda tem pouca importância para as vendas da categoria: 1,8%, visto que a do sabão em pó é de 98,2%. No entanto, o setor não deve subestimá-lo, pois seu crescimento de vendas em volume foi de 59,9% em 2009 no comparativo com 2008. As versões em pó apresentaram evolução de 6,3%, abaixo da média de vendas do País, que foi de 6,9%.
Fonte: Veículo Revista SuperHiper edição de março de 2010