Varejo se expande via supermercados

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Ao oferecer diversas vantagens, como aluguéis até 20% mais baratos do que os cobrados em shopping centers, espaços como corredores e galerias comerciais nos supermercados viram cada vez mais a opção de expansão de redes do varejo. É o caso da holding  Franchising Ventures, que detém as marcas Livraria Nobel, Café Donuts e Sapataria do Futuro, entre outras, e das redes de fast-food Subway e Giraffas. Estratégia de sucesso entre os grandes supermercadistas, esses aluguéis agora atraem supermercados de cidades menores e de periferia como espaço para chegar à classe C, e previsão de se transformarem até em minishoppings. Há a possibilidade de criação de 4 mil pontos-de-venda nesse perfil, com a reforma de galerias de supermercados  no Estado de São Paulo, estima a Associação Brasileira de Franchising (ABF).

 

Na Franchising Ventures diversas marcas têm potencial para crescer dentro de supermercados. A Livraria Nobel, por exemplo, tem 200 unidades e 5% das lojas ficam em supermercado, mas devem chegar a representar 15% do total de lojas rapidamente, patamar das marcas Café Donuts, hoje com 60 unidades, e Sapataria do Futuro, com 130 franquias.

 

Para Denis Kraiser, gerente de Inteligência de Mercado do grupo, algumas franquias em supermercados podem ter até maior rentabilidade do que em shoppings, já que os custos de manutenção e aluguel são menores. Em supermercados não é preciso pagar o 13º de aluguel e o valor da “luva” é menor, de R$ 20 a 30 mil, ao passo que em shoppings pode chegar a até R$ 100 mil.

 

O executivo lembra que a abertura em supermercados pode ser realidade não só no Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart, que se preocupam com suas galerias comerciais, mas em redes menores e no interior do País. Um exemplo é o Hipermercado Andorinha, na zona norte da capital paulista, com apenas uma unidade. O empreendimento foi reformado e foram criados espaços para 31 lojas, incluindo uma unidade da Nobel e operações não só no setor de alimentação, mas também lojas da rede Marisa e de O Boticário.

 

“Temos também uma unidade da Nobel na cidade de Juquié, na Bahia, no Supermercados Cardoso. Não é só em grandes redes que  nos chamam quando abrem espaços: basta atender ao mesmo perfil de público que o nosso e ter fluxo ou renda”, explica Kraiser.

 

A norte-americana Subway, com agressiva expansão no Brasil, é outra que encontra nos supermercados uma opção. Segundo Roberta Damasceno, gerente de Expansão da rede, vários franqueados da marca estão abrindo novas unidades em supermercados e relatam que o aluguel nesses locais custa em média 20% abaixo do valor em um centro de compras. “Existem vários supermercados que tinham só pequenas lojinhas e estão reformando, e mesmo supermercadistas já abrem pensando nisso. É possível aproveitar espaços na entrada do supermercado, estacionamento e criar praças de alimentação”, afirma ela.

 

Hoje, quase 8% do total de unidades da rede, que está com 412 lojas, já são em pontos que ela chama de “não tradicionais”, como em supermercados, postos de gasolina e hospitais — número que deve crescer 5% este ano. A meta da Subway  é chegar a 500 lojas até o final do ano.

 

Para a rede Giraffas, que já está com 310 unidades, esta também é uma alternativa para crescer, sendo que dos 10 restaurantes que já abriram este ano, quatro estão em supermercados,  e, dos 22 contratos assinados para próximas lojas, oito  serão nesses locais. “Estamos com 22 aberturas  confirmadas, mas devemos abrir cerca de 50 unidades este ano e com certeza haverá novas unidades nossas em supermercados”, diz Alexandre Guerra, gerente financeiro da rede.

 

Umas das mais atentas a esse mercado, a Giraffas já possui 48 franquias em supermercados, mas  afirma que é preciso analisar bem  o fluxo de clientes antes de abrir. “Visitamos os locais e fazemos uma análise de movimento, já que lojas não são o foco deles e muitas vezes não têm informação de fluxo”, diz. Guerra destaca que outra vantagem pode ser a menor concorrência. “Em um shopping geralmente há mais concorrentes; por isso, mesmo com menos fluxo, a abertura em supermercados se torna viável.”

 

Ricardo Camargo, diretor executivo da ABF, afirma que é vantagem às redes e nova fonte de renda dos supermercados, além de forma de marcas chegarem ao interior. A ABF fez, em dezembro do ano passado, parceria com a Associação Paulista de Supermercados (Apas), e o primeiro fruto do acordo é uma pesquisa, que será divulgada na Apas 2010, em maio, quando o setor receberá as informações para que aproveite melhor os seus espaços, como metragem mínima  que precisa ser colocada para iniciar as locações. “Muitas vezes há uma ocupação aleatória, que gera espaços subutilizados e sem conforto, mas isso pode ser mudado e podem-se criar mais pontos”, diz.

 

Veículo: DCI


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