Moinho Cearense dobra capacidade e eleva lucro

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Mesmo com a queda nos preços do trigo e, consequentemente da farinha, o Grande Moinho Cearense S.A., com sede em Fortaleza (CE), registrou em 2009 um lucro 18% maior. Em abril do ano passado a companhia colocou em operação uma nova fábrica, que permitiu duplicar sua capacidade de processamento e assim obter, em 2009, lucro líquido de R$ 34,8 milhões ante R$ 29,4 milhões de 2008. O moinho faz parte do grupo controlado por Carlos Jereissati, irmão do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), e que também detém os shoppings Iguatemi.

 

Roberto Schneider, presidente do moinho, explica que o faturamento foi afetado pela retração nos preços da matéria-prima, o trigo, que reflete diretamente nas cotações da farinha, produto final da empresa. "Crescemos 33% em volume de vendas, mas 18% no lucro. Isso porque as cotações da commodity recuaram em média 10% ao longo de 2009", detalha.

 

A expansão das vendas para os mercados da Bahia e de Sergipe, onde a empresa ainda não atuava, também impactou o resultado líquido da empresa, uma vez que os fretes pesaram mais na rentabilidade do negócio. A margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Lajida) foi de 20,5% em 2009, abaixo da margem de 21,5% registrada em 2008. A receita operacional líquida saiu de R$ 185,9 milhões em 2008 para R$ 203,5 milhões no ano passado.

 

A expansão no volume de vendas teve relação direta, segundo o executivo, com o aumento da capacidade de processamento de trigo da empresa de 500 toneladas de dia para 1.000 toneladas. A nova fábrica foi inaugurada em abril do ano passado e recebeu investimentos de R$ 30 milhões.

 

Segundo Schneider, a empresa está realizando estudo de mercado que resultará em mais investimentos em 2011. "Este ano será de acomodação da expansão feita em 2009. Mas, em 2011 voltaremos a crescer, tanto em volume como em linhas de produtos". Isso não significará verticalização com produção de massas e biscoitos, como já fazem os concorrentes na região, afirma o executivo. "Vamos manter o foco em farinhas, talvez lançando itens com especificações diferenciadas", antecipa.

 

Com sede em Fortaleza, a empresa é uma das três maiores da região Nordeste, atrás de M. Dias Branco e J. Macedo, todas localizadas na mesma região, do porto de Mucuripe (CE), também conhecido como porto de Fortaleza.

 

O moinho, fundado em 1959, tem como principal marca a farinha "Dona Maria" com foco em panificação. Com logística favorável à importação, o moinho traz do mercado externo, sobretudo da Argentina, praticamente 100% da matéria-prima que consome por ano.

 

O endividamento atual da empresa, na casa de R$ 13,5 milhões, é resultado do investimento na nova planta industrial feito em 2009. "Dos R$ 30 milhões investidos, R$ 20 milhões foram financiados, sendo que R$ 6,5 milhões já foram amortizados", afirma Schneider.

 

Veículo: Valor Econômico

 


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