Com sede na cidade de Jundiaí, interior de São Paulo, a Castelo Alimentos, líder nacional na produção de vinagre, tem investido muito forte em pesquisa para identificar as carências e as exigências do consumidor, de olho na ascensão das classes C e D.
A Castelo Alimentos, que está completando 105 anos, garante que tem a mais moderna e a maior fábrica de vinagres da América Latina e ocupa a liderança no segmento nacional de produção de vinagre para uso doméstico, com cerca de 30% desse mercado, o que correspondeu a 65,3 milhões de litros produzidos em 2009.
Em 2010, a empresa prevê a produção de 68,2 milhões de litros de vinagre para uso doméstico, um crescimento de 5%.
Na Região Sudeste e Centro-Oeste do País, a Castelo ocupa a liderança, com cerca de 40% do mercado de vinagre. A produção do mercado brasileiro de vinagre para consumo doméstico atingiu 174 milhões de litros em 2009.
A Castelo faturou em 2008 R$ 48 milhões e atingiu R$ 51,4 milhões em 2009. Para 2010, a previsão é de R$ 53,7 milhões. As exportações da Castelo em 2009 representaram 2% da receita líquida da empresa e a previsão para 2010 é de um crescimento superior ao de 2009. A empresa exporta para Japão, Moçambique, República Dominicana, Paraguai, Uruguai, Cuba e Estados Unidos.
No fim de 2008, período em que começou a crise econômica global, a Castelo Alimentos elaborou um planejamento estratégico fazendo uma reflexão sobre o foco da companhia nos próximos anos avaliando os pontos fortes e fracos da empresa e as vantagens competitivas. O projeto levou pouco mais de um ano para ficar pronto e envolveu todos os coordenadores, gerentes e diretores da companhia.
Ações
O diretor superintendente da Castelo Alimentos, Marcelo Cereser, disse que essa reflexão levou a uma série de ações. "Nós fizemos agora a re-estilização do nosso logo, nós lançamos o azeite, nós re-estilizamos e relançamos os molhos para saladas, então o projeto estratégico foi no cerne de muitos problemas, onde revemos, adaptamos, revisando e lançando produtos novos, como o azeite", diz ele.
Marcelo Cereser disse que todos os produtos novos lançados no mercado, bem como as alterações feitas nas embalagens, são direcionados através de pesquisas.
Segundo ele, a missão da Castelo é inovar e incrementar tomando por base o consumidor . Um levantamento obtido pela Castelo, com base em números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constata a mudança do consumidor brasileiro.
Cereser disse que em 2005, 51% da população brasileira estava nas classes D e E.
Em 2006 essas classes sociais caíram para 46% e em 2007 para 39%.
Enquanto isso a classe C cresceu passando de 34% em 2005 para 36% em 2006 e 46% em 2007. As classes A-B passaram de 15% em 2005 para 18% em 2006 voltando a 15% em 2007.
A expectativa é de que a classe A-B suba para 17%, a C para 50% e as classes D-E caiam para 24%.
O diretor superintendente da Castelo, Marcelo Cereser, afirma estar animado com o poder aquisitivo e a ascensão das classes sociais, principalmente a C, mas não está eufórico.
"Esse pessoal que está subindo nessa pirâmide social eles vão consumir, mas tem muitos tomadores de recursos como celular, residência, televisão, pois é ano de Copa. Então vai ter muito dinheiro que vai ser canalizado para outros setores. As nossas projeções apontam para crescimento, mas acreditamos que vai ser com muito luta."
O mix de produtos (temperos, molhos e conservas) já representa 8% do faturamento total da empresa. Para 2010, a expectativa da empresa é chegar a 12%.
A empresa colocou em 2009 no mercado uma linha de molhos para salada totalmente reformulada com design moderno e rótulos termoencolhíveis, nos sabores Caseiro, Rosé, Italiano, Parmesão, Limão e Balsâmico.
Em fevereiro a Castelo colocou nas gôndolas a sua linha de azeites extra-virgem e oliva, envasados em Portugal.
Mais uma vez a pesquisa foi importante na tomada de decisão para trazer ao mercado um produto diferenciado com exclusividade da Castelo.
Marcelo Cereser diz que o vinagre hoje está presente em 97% dos lares brasileiros e que tem uma margem de crescimento muito pequena praticamente ficando estável no mercado, no entanto, o consumo de azeite tem crescido em média 15% ao ano e é um produto de desejo do consumidor, fato que chamou a atenção dos executivos da companhia.
"A gente foi estudar a fundo a vontade do consumidor com relação ao mercado de azeite. Hoje 65% do consumo de azeite no Brasil já é vidro, o azeite extra-virgem."
Veículo: DCI